quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quem tem medo da fiscalização?

Sílvio Furtado

Infelizmente temos que reconhecer, Cuiabá tornou-se uma cidade muito violenta. E grande parte dessa violência não é gerada por assassinos e estupradores e também não portam armas de fogo, nem facas... Essas pessoas estão atrás de volantes de automóveis.

O trânsito mata tanto quanto os bandidos profissionais. E isso já há um bom tempo. E os que as autoridades estão fazendo para mudar esse quadro? O que nós, munícipes ordeiros, estamos fazendo? Cruzar os braços e dizer que o problema não é meu resolve? Não, não podemos ser omissos.

Há muito tempo defendo a volta da fiscalização eletrônica no trânsito de Cuiabá. Defendo a volta dos radares de velocidade, das lombadas eletrônicas e principalmente das câmeras nos semáforos. Digo isso com convicção, pois como cidadão cuiabano não agüento ver o desrespeito reinando em nossas ruas e avenidas. Desrespeito que leva à morte...

A fiscalização eletrônica propicia o controle de velocidade e isso é um elemento essencial no combate aos acidentes de trânsito. O radar de velocidade reduz o número de acidentes e consequentemente o número de vítimas fatais. Já as lombadas eletrônicas, sendo instaladas próximas a escolas e hospitais, garantem a segurança na medida em que obrigam os veículos a reduzir a velocidade e transitar com velocidade compatível ao local.

Outro equipamento que considero primordial é o semáforo com câmera. Nos cruzamentos onde há o equipamento, raramente se vê algum veículo avançando o sinal vermelho. Também não se vêem veículos sobre a faixa de pedestres. Assim, o fluxo contrário sempre fluirá, pois ninguém fecha o cruzamento. E os pedestres podem atravessar com tranqüilidade a faixa destinada a eles. O número de atropelamentos reduz significantemente.

Essa é a cidade que queremos. Mas por que Cuiabá não é assim? O que está faltando? Por que não temos a fiscalização eletrônica? As autoridades têm medo de assumir responsabilidades na área do trânsito? O lobby dos infratores é forte?

Então eu pergunto: Quem tem medo da fiscalização eletrônica? Quem são essas pessoas que não querem a fiscalização eletrônica? Pessoas que têm medo de ser multadas? Vale aqui aquele velho ditado, quem não deve não teme. Só é multado quem desobedece as leis de trânsito. Ao motorista infrator, o rigor da lei. Assim tem que ser. Todos nós motoristas habilitados, ao fazer os exames para a primeira habilitação, aprendemos legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros socorros, enfim aprendemos a ser um motorista consciente. Então, se somos motoristas habilitados, conhecedores das leis de trânsito, por que temer a fiscalização eletrônica?

A Cuiabá do futuro tem que ser muito diferente de hoje. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico da Capital o Pró-Cuiabá 300 Anos tem que incluir a fiscalização eletrônica no nosso cotidiano imediatamente. Senão continuaremos a nossa triste realidade de uma das cidades mais violentas no trânsito do Brasil. Acorda Cuiabá!

Silvio Furtado de Mendonça Filho

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Blitz, eu quero blitz

O trânsito entre Cuiabá e Várzea Grande está cada vez mais infernal. Como se não bastassem às altas temperaturas dos termômetros há meses, os motoristas e passageiros cada vez mais acumulam ‘milhas’ dentro dos seus meios de transportes. O caos, pelo menos em minha opinião, não é gerado somente pelo crescimento do número de veículos de passeio que se apertam nas estreitas ruas das duas cidades e sim, pelo comportamento ‘kamikaze’ – não há outra expressão – dos motoqueiros, que a cada dia se estiram no chão e diariamente a lição é ignorada.

Quando paramos num semáforo é só olhar pra frente e ver aquele mar de motoqueiros: de bicicletas motorizadas, cem cilindradas até as mais possantes, daquelas mais caras que um carro popular. Estão sempre ávidos por brechas e morrem de preguiça de colocar o pé chão para aguardar a vez de avançar sobre o cruzamento e sinaleiro e, por isso, estão sempre forçando a passagem.

É por este cenário que convoco os órgãos competentes, em especial a polícia Militar, para fazer das blitzen, uma ação diária, tirar de circulação motoqueiros sem habilitação, menores de idade e motos sem condição de circulação (sem lanternas, farol, retrovisores) e não apenas focar veículos com o recolhimento do imposto atrasado. O que as pessoas sobre duas rodas vêm fazendo no trânsito parece inacreditável. Não há um dia em que eu não me defronte com uma situação de risco, envolvendo motoqueiros. Falo motoqueiros, porque a expressão motociclistas – pelo menos pra mim – se aplicaria às pessoas habilitadas e prudentes no trânsito, para as quais este artigo não interessa.

As blitzen devem apreender as motos, motonetas e mobiletes que circulam de forma irregular. Uma ação dessas em frente a uma escola, por exemplo, é suficiente para tirar pelo menos dez unidades de circulação, unidades essas conduzidas por menores de idade. E isso não é privilégio apenas de estudantes da rede privada.

Também parados nos sinaleiros, é possível ver o volume de carros com amassados típicos de colisões com motos. Principalmente, no meio da lataria traseira e nas portas laterais. Simplesmente os motoqueiros, ou não conhecem, ou ignoram às leis. Na preguiça de apoiar o pé no chão, eles primeiro entram esquina afora, para depois olharem. Muitas vezes é tarde para o motorista que vinha seguindo na preferencial. Aliás, as sinalizações de trânsito mais ignoradas por elas são a de pare e dê a preferência.

Gostaria muito que a polícia Militar, Guarda Municipal de Várzea Grande e os Agentes de Trânsito de Cuiabá firmassem parceria no sentindo de emplacar uma verdadeira ofensiva e evitar mortes, pois esses kamikazes perdem as suas vidas e as tiram de terceiros.


MARIANNA PERES é editora de Economia do Diário de Cuiabá

domingo, 23 de novembro de 2008

Avenidas serão transformadas em binário

Com grande fluxo de veículos, a ‘Dante de Oliveira’, antiga dos Trabalhadores, será mão de ida do Centro ao bairro. Já Jurumirim fará trajeto contrário


Projeto da prefeitura de Cuiabá pretende transformar em binário, ou seja, mão-única, as avenidas Dante de Oliveira, antiga dos Trabalhadores, e Jurumirim. O estudo em andamento na Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU) visa trazer maior segurança, fluidez e acabar com o caos que ocorre diariamente, especialmente nos horários de pico, e é provocado pelo intenso tráfego de carros de passeio, caminhões e ônibus.

Em Cuiabá, o número de carros que transita pelas ruas aumenta a cada dia. Só na Capital, a frota é de 270 mil veículos. O número sobe para 350 mil se somado a do vizinho município, Várzea Grande. Em contrapartida, a busca por soluções para o conturbado trânsito não ocorre na mesma proporção. Em determinados pontos, a situação beira ao colapso.

De acordo com o diretor de Planejamento da SMTU, Rafael Detoni, em princípio, a idéia é que o tráfego na “Dante de Oliveira” seja feito no sentido Miguel Sutil-avenida das Torres. E, a Jurumirim, em sentido contrário. Entretanto, a definição só será tomada após a conclusão dos estudos de contagem do volume de carros que sobe e desce pelas duas vias e que passam pelos trevos localizados na Miguel Sutil.

Levantamento feito pela SMTU mostra que o horário mais carregado na Dante de Oliveira, no período da tarde, é das 18h às 19 horas. Neste período, no sentido bairro/centro passam 723 carros e, no inverso, outros 1.003. “Isso equivale a 1.726 veículos por hora e 28,8 por minuto”, observa Detoni.

Na manhã, o horário de estrangulamento é das 7h às 8 horas. São 814 veículos no sentido centro/bairro e, 914, na direção contrária, somando um total de 1.728 carros. “O volume é semelhante ao da tarde”, diz. Na Jurumirim, a situação é um pouco mais tranqüila. Das 18h às 19 horas, por exemplo, no sentido centro/bairro, passam 484 veículos.

Contraditoriamente, Detoni explica que quando há um volume maior por minuto em uma via pode significar que os carros estão passando e, quando é pequeno, pode ser porque não há trânsito ou a quantidade não flui. “A fila é grande e o trânsito lento”, observa.

Além de transformar em pista única, o projeto também contempla o alargamento da Dante de Oliveira, desde a Miguel Sutil até a avenida das Torres. Detoni diz que uma medição feita ao longo da pista mostra que os postes de energia elétrica estão afastados do meio-fio, o que permite aumentá-la.

Portanto, a avenida, que hoje tem sete metros de largura, passará para 9,40. “Isso permitirá criar a faixa de acostamento, acomodação de ônibus, além das duas faixas de rolamento em mão-única”, comenta Detoni acrescentado que a obra está sendo viabilizada junto com a Secretaria de Infra-Estrutura. A Jurumirim já tem 9 metros e o investimento na pista seria em relação à melhoria da sinalização.

Com a implantação do binário, a SMTU deve reinstalar o semáforo no trevo próximo à Gráfica Atalaia. Vale lembrar que as linhas de ônibus também devem sofrer mudanças. “O projeto é para o ano que vem”, afirma o diretor, informando que os custos estão sendo levantados.

Fonte: Diário de Cuiabá