O trânsito entre Cuiabá e Várzea Grande está cada vez mais infernal. Como se não bastassem às altas temperaturas dos termômetros há meses, os motoristas e passageiros cada vez mais acumulam ‘milhas’ dentro dos seus meios de transportes. O caos, pelo menos em minha opinião, não é gerado somente pelo crescimento do número de veículos de passeio que se apertam nas estreitas ruas das duas cidades e sim, pelo comportamento ‘kamikaze’ – não há outra expressão – dos motoqueiros, que a cada dia se estiram no chão e diariamente a lição é ignorada.
Quando paramos num semáforo é só olhar pra frente e ver aquele mar de motoqueiros: de bicicletas motorizadas, cem cilindradas até as mais possantes, daquelas mais caras que um carro popular. Estão sempre ávidos por brechas e morrem de preguiça de colocar o pé chão para aguardar a vez de avançar sobre o cruzamento e sinaleiro e, por isso, estão sempre forçando a passagem.
É por este cenário que convoco os órgãos competentes, em especial a polícia Militar, para fazer das blitzen, uma ação diária, tirar de circulação motoqueiros sem habilitação, menores de idade e motos sem condição de circulação (sem lanternas, farol, retrovisores) e não apenas focar veículos com o recolhimento do imposto atrasado. O que as pessoas sobre duas rodas vêm fazendo no trânsito parece inacreditável. Não há um dia em que eu não me defronte com uma situação de risco, envolvendo motoqueiros. Falo motoqueiros, porque a expressão motociclistas – pelo menos pra mim – se aplicaria às pessoas habilitadas e prudentes no trânsito, para as quais este artigo não interessa.
As blitzen devem apreender as motos, motonetas e mobiletes que circulam de forma irregular. Uma ação dessas em frente a uma escola, por exemplo, é suficiente para tirar pelo menos dez unidades de circulação, unidades essas conduzidas por menores de idade. E isso não é privilégio apenas de estudantes da rede privada.
Também parados nos sinaleiros, é possível ver o volume de carros com amassados típicos de colisões com motos. Principalmente, no meio da lataria traseira e nas portas laterais. Simplesmente os motoqueiros, ou não conhecem, ou ignoram às leis. Na preguiça de apoiar o pé no chão, eles primeiro entram esquina afora, para depois olharem. Muitas vezes é tarde para o motorista que vinha seguindo na preferencial. Aliás, as sinalizações de trânsito mais ignoradas por elas são a de pare e dê a preferência.
Gostaria muito que a polícia Militar, Guarda Municipal de Várzea Grande e os Agentes de Trânsito de Cuiabá firmassem parceria no sentindo de emplacar uma verdadeira ofensiva e evitar mortes, pois esses kamikazes perdem as suas vidas e as tiram de terceiros.
MARIANNA PERES é editora de Economia do Diário de Cuiabá
Um comentário:
Cara Marianna Peres.
Acho interessante sua ideia e seu intuito positivo de proporcionar melhorias para nosso transito. Porem, gostaria de argumentar que o problema no nosso transito nao e causado apenas por "motoqueiros" nas situacoes em que foi especificado acima, e sim de toda a falta de bom senso e educacao de TODOS os que podemos chamar de motoqueiros e pilotos de carros.
Eu sou tanto motorista quanto motociclista. E lhe diria com toda seguranca que conheco os dois lados da historia, podendo comparar a situacao com uma especie de "guerra de racas em cima de um pedaco de massa asfaltica". Sempre havera motoristas incomodados com motociclistas e vive-versa. E claro que ha tambem os imprudentes que costuram carros e fecham motocicletas sem respeito algum. mas convenhamos, somando os pedestres (que tambem fazem parte do transito do dia-a-dia), a coisa parece mais um seja oq deus quiser, pois todos agem como se fosse cada um por si. carros querem derrubar motos, que querem passar em cima destes veiculos e que, somados aos pedestres que nao tem paciencia em andar um pouco mais para atravessar na faixa, consequentemente tora o caos que eu e voce vemos todos os dias.
Portanto, a ideia de EDUCACAO e CORDIALIDADE e uso do BOM SENSO (coisa que todo mundo ja devia ter "de fabrica") no transito por parte das pessoas e muito mais eficiente e torna desnecessaria a atitude mercenaria de se cobrar na rua, atraves de forca policial, o imposto que temos de pagar sem ver qualquer tipo de retorno.
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