sábado, 5 de outubro de 2013

Artigo: A ilusão da 'Mobilidade Urbana'

Cuiabá, outubro de 2013. A cidade está rasgada e suja pelas diversas (e lentas) obras, amplamente divulgadas sob o conceito de “mobilidade urbana”. O termo, entretanto, tem um significado mais amplo. Pense comigo. Se Cuiabá realmente fosse oferecer mobilidade á população, ela ofereceria condições necessárias para o deslocamento de pessoas. Atenção caro leitor! Não estamos falando isoladamente de carros, e sim de pessoas.

Pessoas, em uma metrópole se locomovem de maneiras diferentes, seja no carro, na moto, na bicicleta, à pé, em uma cadeira de rodas, no transporte público, entre outros. E essas pessoas tem o direito de se locomover com facilidade, para o destino que quiser, independentemente do tipo de veículo utilizado. Segundo o conceito de mobilidade urbana. Essas pessoas tem que ser contempladas, e não apenas parte delas.

Analisando os fatos, é fácil perceber que um cadeirante não tem a menor condição de locomoção na capital. Um ciclista tem que praticamente disputar espaço nas ruas e avenidas, sob buzinas e condutas arriscadas de outros motoristas (que ainda veem o ciclista como um intruso, numa demonstração de total desconhecimento do Código de trânsito brasileiro), além de ser pouco apoiado pelas políticas públicas, que pouco investem em ciclovias e ciclofaixas. Mesmo com exemplos assim, a administração pública classifica as obras como de “mobilidade urbana”. Anda que, pelo menos, venhamos a ter futuramente, um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), (que por si só é um exemplo de mobilidade urbana eficiente e sustentável) não vamos adquirir mobilidade, num trânsito que claramente prioriza o transporte motorizado individual.

Voltemos então a falar do mesmo cadeirante citado acima, que será contemplado pelo VLT e toda sua infraestrutura acessível. Mas, será que ele terá condições de sair dos portões da sua casa, atravessar calçadas que mais se assemelham a trincheiras de guerra, tamanho nível de irregularidade? Digamos que ele consiga chegar ao ponto de ônibus (que possivelmente não terá um abrigo da chuva e do sol), será que ele conseguirá utilizar os ônibus da capital, que o levarão até o VLT? E as trincheiras viárias, como estão suas ciclofaixas? E as ciclofaixas existentes(ex: av. das Torres), deixarão de ser ocupadas por pessoas que estacionam irregularmente?

Que me desculpem os idealistas que estão alegres com os “avanços”, mas sob o ponto de vista da mobilidade, estamos vivendo um assustador retrocesso, cujos viadutos e trincheiras contribuirão ainda mais para tornar o trânsito mais hostil para a sociedade. Um espaço fechado para veículos automotores, que as pessoas e bicicletas não têm coragem de enfrentar. a tendência é que nem mesmo os carros consigam se mover pelas nossas ruas.

*RENATO SNOWARESKI GOMES é estudante de Administração, Cicloativista e defensor de cidades mais amigáveis.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Artigo: Bicicleta como meio de transporte em Cuiabá


Há dois meses, comprei uma bicicleta, um investimento de R$ 699,00 em 10x no cartão de crédito. A minha intenção é utilizá-la como meio de transporte, como meus deslocamentos são em torno de 8 km cada um, a tarefa não aprece ser difícil.

Aos poucos comecei a incrementar, primeiramente indo de casa para um dos meus trabalhos na secretaria de segurança pública, um percurso de 4,9 km, que faço em torno de 20 minutos. Fazia isto uma vez por semana.
Nesta semana, meu volume aumentou consideravelmente. Levei meu carro para fazer revisão e decidi utilizar a bicicleta enquanto ficasse sem carro.

O saldo da aventura foi bem positivo, o retorno da concessionário foi de 9,2 km, e gastei 33 minutos, de carro seriam 15 minutos, de ônibus, penso que uns 45 minutos pegando pelo menos 2 coletivos e no fim tendo que caminhar mais 1 km até a secretaria.

No fim do dia fui para a última aula que é no 44º Batalhão no bairro Goiabeiras, foram mais 6,2 km em 24 minutos, tranquilo, a volta para casa que foi tensa pois teria que pegar um trecho de 2 km do atacadão até minha casa que é de rodovia, estreita e com buracos, desta forma contei com uma carona para levar a mim e a bicicleta.

No dia seguinte pela manhã, acordei 5 minutos mais cedo para ir ao parque dar aula, lá se foram mais 7 km de pedal até o Parque Mãe Bonifácia, isto também está no projeto, a volta, passei na academia Inspire, o que aumentou um km no retorno para casa, total 8 km.

As 8h40 foi para SESP, mais 4,7 km e fechando o dia voltei para casa mais 4,6 km.

Hoje (04/10), devo pegar o carro de volta, mas ainda tem mais pedal, já e voltei ao parque (14 km), e daqui a pouco vou à SESP.

A minha conclusão foi de qeu não estava pronto para todo este volume, porem não me afetou muito no dia a dia, mas me atrapalhou correr, com o carro de volta, vou continuar a pedalar, menos trajetos, mas vou.

Ainda é difícil andar em Cuiabá, não há ciclovias e nenhum trajeto dos que eu fiz, além dos buracos e vias escuras à noite, porém com muita atenção, equipamentos de segurança dá para progamar alguns trajetos de bicicleta, tente.

Para finalizar, pelas minhas contas, se fosse utilizar táxi, nos trajetos que fiz, teria gasto pelo menos R$ 180,00, mas gastei apenas 3200 kcal. 

Valdecarlos Santos