sábado, 5 de outubro de 2013

Artigo: A ilusão da 'Mobilidade Urbana'

Cuiabá, outubro de 2013. A cidade está rasgada e suja pelas diversas (e lentas) obras, amplamente divulgadas sob o conceito de “mobilidade urbana”. O termo, entretanto, tem um significado mais amplo. Pense comigo. Se Cuiabá realmente fosse oferecer mobilidade á população, ela ofereceria condições necessárias para o deslocamento de pessoas. Atenção caro leitor! Não estamos falando isoladamente de carros, e sim de pessoas.

Pessoas, em uma metrópole se locomovem de maneiras diferentes, seja no carro, na moto, na bicicleta, à pé, em uma cadeira de rodas, no transporte público, entre outros. E essas pessoas tem o direito de se locomover com facilidade, para o destino que quiser, independentemente do tipo de veículo utilizado. Segundo o conceito de mobilidade urbana. Essas pessoas tem que ser contempladas, e não apenas parte delas.

Analisando os fatos, é fácil perceber que um cadeirante não tem a menor condição de locomoção na capital. Um ciclista tem que praticamente disputar espaço nas ruas e avenidas, sob buzinas e condutas arriscadas de outros motoristas (que ainda veem o ciclista como um intruso, numa demonstração de total desconhecimento do Código de trânsito brasileiro), além de ser pouco apoiado pelas políticas públicas, que pouco investem em ciclovias e ciclofaixas. Mesmo com exemplos assim, a administração pública classifica as obras como de “mobilidade urbana”. Anda que, pelo menos, venhamos a ter futuramente, um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), (que por si só é um exemplo de mobilidade urbana eficiente e sustentável) não vamos adquirir mobilidade, num trânsito que claramente prioriza o transporte motorizado individual.

Voltemos então a falar do mesmo cadeirante citado acima, que será contemplado pelo VLT e toda sua infraestrutura acessível. Mas, será que ele terá condições de sair dos portões da sua casa, atravessar calçadas que mais se assemelham a trincheiras de guerra, tamanho nível de irregularidade? Digamos que ele consiga chegar ao ponto de ônibus (que possivelmente não terá um abrigo da chuva e do sol), será que ele conseguirá utilizar os ônibus da capital, que o levarão até o VLT? E as trincheiras viárias, como estão suas ciclofaixas? E as ciclofaixas existentes(ex: av. das Torres), deixarão de ser ocupadas por pessoas que estacionam irregularmente?

Que me desculpem os idealistas que estão alegres com os “avanços”, mas sob o ponto de vista da mobilidade, estamos vivendo um assustador retrocesso, cujos viadutos e trincheiras contribuirão ainda mais para tornar o trânsito mais hostil para a sociedade. Um espaço fechado para veículos automotores, que as pessoas e bicicletas não têm coragem de enfrentar. a tendência é que nem mesmo os carros consigam se mover pelas nossas ruas.

*RENATO SNOWARESKI GOMES é estudante de Administração, Cicloativista e defensor de cidades mais amigáveis.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Artigo: Bicicleta como meio de transporte em Cuiabá


Há dois meses, comprei uma bicicleta, um investimento de R$ 699,00 em 10x no cartão de crédito. A minha intenção é utilizá-la como meio de transporte, como meus deslocamentos são em torno de 8 km cada um, a tarefa não aprece ser difícil.

Aos poucos comecei a incrementar, primeiramente indo de casa para um dos meus trabalhos na secretaria de segurança pública, um percurso de 4,9 km, que faço em torno de 20 minutos. Fazia isto uma vez por semana.
Nesta semana, meu volume aumentou consideravelmente. Levei meu carro para fazer revisão e decidi utilizar a bicicleta enquanto ficasse sem carro.

O saldo da aventura foi bem positivo, o retorno da concessionário foi de 9,2 km, e gastei 33 minutos, de carro seriam 15 minutos, de ônibus, penso que uns 45 minutos pegando pelo menos 2 coletivos e no fim tendo que caminhar mais 1 km até a secretaria.

No fim do dia fui para a última aula que é no 44º Batalhão no bairro Goiabeiras, foram mais 6,2 km em 24 minutos, tranquilo, a volta para casa que foi tensa pois teria que pegar um trecho de 2 km do atacadão até minha casa que é de rodovia, estreita e com buracos, desta forma contei com uma carona para levar a mim e a bicicleta.

No dia seguinte pela manhã, acordei 5 minutos mais cedo para ir ao parque dar aula, lá se foram mais 7 km de pedal até o Parque Mãe Bonifácia, isto também está no projeto, a volta, passei na academia Inspire, o que aumentou um km no retorno para casa, total 8 km.

As 8h40 foi para SESP, mais 4,7 km e fechando o dia voltei para casa mais 4,6 km.

Hoje (04/10), devo pegar o carro de volta, mas ainda tem mais pedal, já e voltei ao parque (14 km), e daqui a pouco vou à SESP.

A minha conclusão foi de qeu não estava pronto para todo este volume, porem não me afetou muito no dia a dia, mas me atrapalhou correr, com o carro de volta, vou continuar a pedalar, menos trajetos, mas vou.

Ainda é difícil andar em Cuiabá, não há ciclovias e nenhum trajeto dos que eu fiz, além dos buracos e vias escuras à noite, porém com muita atenção, equipamentos de segurança dá para progamar alguns trajetos de bicicleta, tente.

Para finalizar, pelas minhas contas, se fosse utilizar táxi, nos trajetos que fiz, teria gasto pelo menos R$ 180,00, mas gastei apenas 3200 kcal. 

Valdecarlos Santos

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Semana do Trânsito tem como foco a redução do número de acidentes

 
A Prefeitura de Cuiabá lançou hoje (28) a Semana do Trânsito, campanha que visa à promoção da educação no trânsito, na Praça Alencastro. A programação conta com gincana entre escolas municipais e orientações sobre trânsito seguro na “Cidade Mirim”.
 
Para o secretário municipal de Trânsito e Transportes Urbanos, Antenor Figueiredo, a educação para o trânsito começa com as crianças. “São elas que vão transmitir e influenciar pais e familiares sobre a segurança e a educação no trânsito, por isso o evento é voltado principalmente para as crianças”, comentou.
 
Segundo o coordenador de Educação para o Trânsito da Secretaria, Jadyr Lima, o público-alvo da campanha são alunos de 8 a 12 anos. “É nessa faixa etária que eles absorvem melhor as orientações e desejamos, com isso, termos melhores motoristas no futuro”, explicou.
 
Neste primeiro dia de campanha, participaram alunos do coral Sonhos da escola municipal Elza Luiza Esteves. Eles assistiram a uma peça de teatro com orientações sobre trânsito seguro e em seguida puderam passear pela “Cidade Mirim”, pintada na praça e com todas as dicas para educação no trânsito.
 
“É muito legal receber as dicas dessa forma, a gente aprende brincando e pode ensinar e repassar para nossos pais, ou quem mais quiser saber”, disse Eduarda Souto, 10 anos, aluna do coral.
 
Outro ponto destacado pela campanha é a necessidade de redução no número de acidentes de trânsito na capital mato-grossense.
 
Conforme dados da Secretaria, em 2012 ocorreram 6.727 acidentes de trânsito, com 3.927 mortos. Este ano, até 31 de agosto, foram registrados 4.107 acidentes. O Pronto Socorro Municipal atende cerca de 900 acidentados por mês, sendo 80% acidentados de motocicletas. Em média, uma pessoa morre por dia, em Cuiabá, vítima de acidente.
 
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso, Kellen Arthur Preza Nogueira, destacou que Cuiabá é uma das cidades mais violentas no trânsito, daí a importância da conscientização dos motoristas para a segurança ao dirigir. “Todos são responsáveis pelo sistema de trânsito e pela segurança nas vias”, disse.
 
Participaram da abertura da Semana do Trânsito os secretários municipais de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, José Rodrigues Rocha Júnior, de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Elias Alves de Andrade, o secretário-adjunto de Turismo, Jefferson Preza Moreno, o deputado estadual Emanuel Pinheiro, e a comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, major Grasielle Bugalho.
 
Confira a programação da Semana do Trânsito.
 
Veja fotos do evento. Fonte: Carol Sanford
 
Fonte: Detran/MT

Policiamento ciclístico garante segurança na região central de Cuiabá

 
Bermuda azul escuro com duas faixas amarelas, uma camiseta branca, tênis, colete balístico e bicicleta. Estas são as características típicas dos 20 policiais militares que atuam no policiamento ciclístico. Moderno e eficiente, a modalidade já é empregada há mais de 10 anos em Cuiabá, de forma preventiva e ostensiva nas principais regiões que concentram o maior número de comerciantes e consumidores da capital.

O policiamento acontece desde a Avenida Mato Grosso, passando pela avenida Beira Rio, Prainha, até a rua Barão de Melgaço. Ao longo do percurso, a população pode observar o trabalho dos militares na busca pela segurança do cidadão e na aproximação com a sociedade. “Este tipo de policiamento nos transmite sensação de segurança e, principalmente, nos dá maior espaço de interagir com a segurança pública”, disse a aposentada Maria de Lourdes da Silva, de 69 anos.

A sede do policiamento ciclístico funciona no 1º Batalhão de Policia Militar, localizado na região do Porto. Duas viaturas apoiam o trabalho, realizado de segunda a sexta-feira, das 6h às 18h, e aos sábados das 6h às 14h.

“O policial de bicicleta consegue se deslocar mais rápido ao local da ocorrência, o que muitas vezes as viaturas não conseguem em razão de dificuldades como o trânsito e ruas estreitas”, explicou o comandante do policiamento ciclístico, capitão PM Jucimar Mendes Correia.
 
Fonte: Mídia News

Bicicletada - Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro)

 
 
ATENÇÃO!!!

Haverá dois pontos de saída!!

Local 1: Praça 8 de Abril (SAÍDA I) 
Horário (Saída I): Concentração 6h30 na Praça 8 de Abril e saída 7h00 em direção à UFMT.
Local 2: UFMT - Estacionamento da Piscina (SAÍDA II) Horário (Saída II): Concentração 7h00 na UFMT, saída 8h00 rumo ao Museu do Rio (PORTO)

22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro, o Pedal Centro América e grupo 'Ciclovia Já' promoverão um grande passeio ciclístico pedindo ciclovias na capital e fomentando a utilização das bicicletas como meio de transporte. A concentração será às 7h na UFMT, com saída prevista para às 8h, em direção ao Museu do Rio, Porto.

Prepare sua bicicleta e participe com sua família e amigos.

O grupo CICLOVIA JÁ - ACORDA CUIABÁ, se juntou com as cidades no mundo para RODADA MUNDIAL - http://www.bicisporlavida.org/pt/cidades#!/catid=1

O que é o #BicisPelaVida?

Buscamos promover a bicicleta como meio de transporte válido em qualquer cidade.
Durante o Dia Mundial Sem Carro, celebrado em 22 de setembro, os próprios cidadãos (em qualquer lugar do mundo) vão:

(1) Sair para pedalar em grupo, de forma respeitosa e organizada para pedir melhores condições aos ciclistas.

(2) Presentear suas cidades com “linhas da vida” para proteger os ciclistas; um presente criativo a nossa cidade, em favor do ciclismo urbano. 


O Grupo Ciclovia já vem com a iniciativa de divulgar, estimular e promover a bicicleta como meio de transporte. Valorizar a cultura da bicicleta, conscientizando os usuários de veículos motorizados da importância da bicicleta que merece o devido respeito.

A Bicicletada é um movimento no Brasil e em Portugal, inspirado na Massa Crítica de São Francisco desde 1992, onde os ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas.

Os membros que fazem parte deste grupo partilham entre si, interesses e ideias daqueles que acreditam numa sociedade verdadeira, respeitadora e igualitária.

Dia Mundial Sem Carro! Cadastre sua cidade!

 
Dia 22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro e o dia do Bicis Pela Vida. O evento, que acontece em cidades do mundo todo, busca promover a bicicleta como meio de transporte e o respeito aos ciclistas.
 

Neste ano, a rodada mundial acontece em cidades do Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Venezuela, Holanda e Polônia. No dia 22, participantes de todas as cidades vão presenteá-las com “linhas da vida” para proteger os ciclistas e sair para pedalar em grupo, de forma respeitosa e organizada, para pedir melhores condições aos ciclistas urbanos.
 

As ações serão promovidas por grupos de voluntários de cada cidade. A ideia é incentivar a realização de ações criativas que promovam a cultura da bike partindo dos próprios cidadãos. O movimento é horizontal, não possui líderes ou entidades coordenadoras, e servirá apenas como plataforma para centralizar e divulgar as ações por meio de um mapa colaborativo.
 

O objetivo é que os moradores presenteiem suas cidades. E aí vale tudo, qualquer expressão artística no espaço público, desde que feita com respeito e autorização dos órgãos competentes, caso necessário.

 
Criado em Medellín, na Colômbia, o projeto Bicis por la Vida recebeu o prêmio Cycling Visionaries de 2013, durante o Velo City, principal congresso de ciclomobilidade do mundo, realizado entre 11 e 14 de junho em Viena, na Áustria.

E quais são ações propostas pelo movimento?
  • Convidar as pessoas para um passeio de bicicleta;
  • Participar de manifestações artísticas nas ruas da cidade: desenhar “linhas de vida” nas ruas, pintar ciclovias e ciclofaixas cidadãs, símbolos de prioridade ao ciclista ou murais relacionados ao assunto;
  • Ajudar a abrir e gerenciar espaços a serem usados nesse dia como percursos de lazer, para que as pessoas possam utilizar suas bicicletas, patins, patinetes, skates ou caminhar em segurança;
  • Qualquer ação criativa e coletiva que ajude a promover o uso das bicicletas como meio de transporte.
via: The City Fix Brasil.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

BICICLETADA CUIABÁ DE AGOSTO - BIKETOUR pelo Centro Histórico

CONCENTRAÇÃO: a partir das 18h00 - SAÍDA: 20h00 

A Bicicletada é um movimento sem líderes inspirada na Massa Crítica, ou Critical Mass, uma "coincidência organizada" que começou a tomar as ruas de São Francisco nos EUA no início dos anos 90. 

É uma iniciativa civil, livre e horizontal, que busca promover os meios de transporte não-motorizados e a cidadania. Desse modo pretende-se despertar a população e os gestores da mobilidade a consciência de que a bicicleta é um meio de transporte, sustentável e que, como todos os outros, merece o devido respeito. Lutamos por cidades amigáveis, onde os seres humanos sejam respeitados, por transporte público de qualidade para todos, multimodal e integrado. A mobilidade urbana é um direito de todos.

Venha pedalar pelo Centro Histórico e faça da Bicicletada CUIABÁ a SUA Bicicletada. Vale levar cartazes, faixas, ir fantasiado, protestar, fazer apitaço, falar no megafone, enfim, manifestar sua opinião pessoal e pedir melhorias e infraestrutura de qualidade para todos que andam de bicicleta por Cuiabá e Várzea Grande, seja por lazer, esporte ou como meio de transporte. A mobilidade urbana é um direito de todos.

TRAJETO: Saída na Praça 8 de abril rumo ao Centro Histórico onde faremos nosso biketour, em seguida Av. Rubens de Mendonça, encerramento na Praça Ulisses Guimarães.

Contamos com sua presença e militância!

Acesse www.fb.com/groups/cicloviaja , enturme-se e participe dos inúmeros eventos, comunidades e grupos que orbitam em torno do movimento. ACORDA CUIABÁ! CICLOVIA JÁ!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Radar eletrônico: instrumento indispensável para Cuiabá

Thiago França
 
Depois do surgimento do Código de Trânsito, a chegada da sinalização eletrônica foi possivelmente o fato isolado mais importante das últimas décadas na área de trânsito brasileiro. A novidade dos equipamentos eletrônicos passou a ocupar local de destaque no cotidiano do nosso trânsito, seja pelo apoio imediato oferecido para aumentar a segurança ou mesmo pela reação contrária por parte dos infratores.
 
Seja como for, a introdução do uso de radares e demais equipamentos de controle de velocidade sinalizou aos infratores de trânsito que o “jeitinho brasileiro” para aquele tipo de violação estava chegando ao fim e isso provocou uma repercussão apreciável.
 
Os dados da mortalidade no trânsito, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que, infelizmente, nossos números continuam acima do aceitável.
 
O Brasil é o quinto país em número de óbitos decorrentes de acidentes de trânsito. Mato Grosso continua figurando em segundo lugar como o Estado da Federação com maior índice de casos. E os números da nossa Capital, nos levam não apenas a um sentimento de indignação, mas acima de tudo, de reflexão, e proposição de alternativas a fim de construirmos um trânsito seguro e melhor.
 
No ano passado, somente em Cuiabá, foram lavrados mais de 105 mil autos de infração, segundo dados da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos. No primeiro semestre deste ano já foram registrados mais de 338 acidentes, e entre 2004 a 2010, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública, Mato Grosso gastou em torno de um bilhão de reais com a violência no trânsito.
 
Hoje, lombadas eletrônicas, radares fixos, móveis, estáticos, “pardais”, fazem parte do cotidiano do brasileiro, que pode até não gostar deles, mas aprendeu a respeitá-los, principalmente pelo temor das consequências que podem acarretar para seus bolsos. Sem dúvida não é a forma ideal de educar, mas é efetiva.
 
É importante deixar claro que nenhum país desenvolvido no mundo conseguiu enquadrar o seu trânsito sem usar de forma firme a educação e a repressão, que acabam sendo extremos de uma mesma corrente.
 
Cuiabá e Boa Vista, são as únicas capitais do país que não possuem sinalização eletrônica, e em razão disso, a Prefeitura de Cuiabá, sabedora da importância dessa ferramenta na preservação da vida, está tomando todas as medidas e iniciativas necessárias para que nossa cidade possa também se adequar a essa realidade.
 
Todas as estatísticas são contundentes em afirmar que os municípios onde existem radares eletrônicos reduziram significativamente os índices de acidentes, bem como diminuiu também em 40% os custos médico-hospitalares em razão dos mesmos.
 
Não há dúvidas que urge adotarmos medidas de enfrentamento quanto aos números assustadores em relação aos acidentes de trânsito. O que não podemos aceitar mais são os argumentos infundados e demagógicos dos que alegam estarem preocupados com a “indústria da multa”.
 
Todos nós, poder público e sociedade, devemos estar muito mais preocupados com a “indústria da infração”, pois é ela que mata, e não com a falsa ideia da “indústria da multa”, que é apenas uma consequência de todos os absurdos que acontecem no trânsito.
 
Thiago França é secretário-adjunto de Trânsito e Transportes Urbanos de Cuiabá

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Motocicleta: a grande vilã dos acidentes de trânsito

Atualmente os acidentes de trânsito constituem um sério problema de saúde pública em virtude de serem acompanhados por elevado índice de mortalidade. Esse tipo de acidente encontra-se entre as causas externas de maior incidência, com elevado percentual de interna­ção, além de altos custos hospitalares, perdas materiais, despesas previdenciárias e grande sofrimento para as víti­mas e seus familiares.

A cada ano, mais de 40 mil pessoas são mortas e cerca de 400 mil são feridas ou tornam-se inválidas em ocorrência de trânsito. No Brasil, os índices de fatalidade na circulação viária constituem uma das principais cau­sas de morte prematura da população economicamente ativa.

A preocupação maior é com quem anda sobre duas rodas. Os acidentes envolvendo motocicletas são crescentes em todas as regiões, em decorrência do aumento da frota e das facilidades no financiamento destes veículos.

Segundo o portal Mobilize Brasil, nos últimos seis anos, o número de motos aumentou 127,8% em Cuiabá. E em nível de Brasil, os números são assustadores, mais de 15 milhões de motocicletas, conforme apontam as estatísticas do DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito).

Atrelados ao crescimento desenfreado da frota estão as atitudes incompatíveis dos condutores sob a perspectiva de construção de um trânsito seguro. Trafegar em ziguezague ou em excesso de velocidade, transitar sem roupas apropriadas, sem o capacete de segurança, mudar repentinamente de faixa de trânsito, efetuar manobras arriscadas ou ultrapassar veículos sem os cuidados indispensáveis, contribuem para formação de um conjunto de irregularidades e desafios ao perigo, levando o Brasil a ser classificado com a 2ª maior taxa de mortalidade em acidentes com motos no mundo, segundo o Mapa da Violência 2012, feito pelo Instituto Sangari.

São 7,1 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes. Nos últimos 15 anos a taxa de mortalidade sobre duas rodas aumentou 846,5%. E na nossa Capital, a realidade também não é diferente. Segundo o Pronto-Socorro Municipal, as motocicletas estão em 1º lugar nos atendimentos em razão da violência no trânsito. Apenas no 1º semestre deste ano, já foram registrados 338 acidentes envolvendo motocicletas, conforme dados do CIOSP.

Diante desta triste realidade, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos, sabedora de suas responsabilidades institucionais e conscientes da importância de melhorar a segurança dos motociclistas, em parceria com os órgãos integrantes do Comitê Municipal de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito de Cuiabá, realizará no dia 27 do presente mês, na Praça Cultural do CPA II, o “Circuito Educativo Motociclista Vivo”, com o objetivo de desenvolver uma série de ações de conscientização.

O problema do trânsito não está próximo do fim, mas depende da soma de esforços de cada um de nós. E nosso papel, enquanto, poder público é mobilizar a sociedade, através de ações educativas e culturais como estas, para promover a preservação e valorização da vida. Afinal, educar para o trânsito, é educar para a vida!

Thiago França é Secretário-Adjunto de Trânsito e Transportes Urbanos de Cuiabá

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Bicicletada Cuiabá de Julho (Bicicletada Julina)

Neste dia 26 de julho, última sexta-feira do mês, vista seu traje caipira e venha pedalar pelas ruas de Cuiabá e reivindicar ciclovias já e infraestrutura pata todos os ciclistas. A concentração será a partir das 18h30 na Praça 8 de abril e saída da Bicicletada às 20h00. Haverá também campanha de coleta de assinaturas para o projeto de Lei: http://www.peticaopublica.com.br/peticaoassinar.aspx?pi=LB2011. Já assinou? Nos ajude então na divulgação da petição. Boa bicicletada, Cuiabá!





terça-feira, 16 de julho de 2013

A bicicleta como modo de transporte

Ciclovias

As ciclovias exercem um grande fascínio sobre a população em geral, em especial nos ciclistas leigos. A crença que só a segregação do ciclista em relação ao trânsito proporciona segurança no pedalar é muito enraizada. A realidade apresentada por pesquisas mostra que não é bem assim. Não resta dúvidas que ciclovias têm qualidades, mas não existe milagre e elas também apresentam seus pontos fracos. Talvez o ponto mais forte do conceito ciclovia esteja no imaginário das pessoas.
 
Ciclovia é uma dentre várias opções técnicas de segurança de trânsito para melhoria da vida do ciclista. Ela pode ou não ser a opção mais segura ou apropriada. Em várias situações é mais apropriado ter faixas para ciclistas, sinalização, trânsito partilhado ou mesmo não fazer absolutamente nada. Em cidades de pequeno porte ou no interior de bairros onde o trânsito é de baixa velocidade e tranquilo, ciclovias provavelmente são totalmente desnecessárias.
 
A matemática é simples: a quase totalidade dos acidentes envolvendo ciclistas acontece em cruzamentos, portanto resolvendo estes pontos, o índice de acidentes envolvendo ciclistas praticamente zera. E aí vem o detalhe: não existe ciclovia sem algum tipo de cruzamento.
 
Mas há outros fatores a ponderar antes de optar pela ciclovia. Para criar uma via apropriada é necessário tirar espaço de alguém, seja dos veículos motorizados ou até mesmo dos pedestres, o que faz com que processo de implementação seja realizado no mínimo com alguma espécie de atrito.
 
Ciclovia é sempre a opção mais complicada de ser implementada e a mais cara. Os custos de sua manutenção também devem ser levados em consideração ou então o dinheiro investido será jogado no lixo. 
 
Ciclovias são interessantes?
 
A demanda reprimida de ciclistas potenciais é muito grande e por isso é muito fácil criar um fato político com o anúncio de ciclovias. Infelizmente a mesma população que pede as ciclovias não se pergunta porque elas nunca saem do papel. 
 

A verdade é que a opção pela ciclovia pode simplesmente tornar a questão da bicicleta inviável.
Ciclovias são interessantes? Muito interessantes. Ninguém põe em dúvida o impacto que elas criam na cidade e na população em geral e, este é seu ponto mais forte. A imagem inicial é muito positiva, mas se o projeto for mal pensado e realizado, o resultado final é muito ruim não só para a bicicleta, mas também para outros não-motorizados. 
 
A segurança de ciclistas
 
Fatos e considerações sobre a segurança de ciclistas:
 
1. Todo ciclista tende a manter a inércia da bicicleta, ou seja, a não diminuir muito a velocidade ou parar.
 
2. Praticamente todos os acidentes (95% - UNESCO) envolvendo ciclistas acontecem em cruzamentos.
 
3. Mais da metade das mortes de ciclistas é resultado de colisão frontal.
 
4. Mais de 50% dos acidentes envolvendo bicicletas têm como responsável o próprio ciclista.
 
5. 90% do total dos acidentes de trânsito são causados por falha humana.
 
6. Calcula-se que algo entre 10 a 15% das mortes de ciclistas no Brasil são causadas por falha mecânica da bicicleta.
 
7. O índice de ciclistas que sofrem colisões por trás é muito baixo e, percentualmente, as lesões são menores que em colisões frontais ou laterais.
 
8. Boa parte dos acidentes é causada porque o motorista não conseguiu visualizar o ciclista.
 
9. Não há melhoria de segurança se o ciclista não tiver uma condução segura da bicicleta. O ciclista tem que usar e conduzir a bicicleta como uma bicicleta e não como um veículo motorizado. Educação é prioridade, fundamental para evitar acidentes.
 
10. É condição básica para a segurança do ciclista que o sistema de trânsito esteja integrado com a realidade do veículo bicicleta, assim como para o convívio com o cidadão ciclista e outros não-motorizados.
 
11. A forma técnica mais eficiente para diminuir o alto índice de acidentes envolvendo ciclistas em esquinas, é através de sinalização vertical, horizontal e semafórica, e de pequenas canalizações para bicicletas, quando necessárias.
 
12. Há uma generalizada distorção em nossa sociedade sobre o que deve ser segurança no trânsito para ciclistas. São feitas comparações inocentes com países e cidades onde a bicicleta faz parte do trânsito há muitas décadas, ou até mais de um século. 
 
A segurança de ciclovias
 
Fatos e considerações sobre a segurança de ciclovias:
 
1. A ciclovia evita que o ciclista seja espremido pelo motorista contra o meio-fio ou qualquer outro obstáculo. Evita também que ele sofra colisão por trás. (Mas, vale a pena lembrar que há o artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro que obriga qualquer condutor de veículo motorizado a manter 1,5 metro de distância do ciclista em ultrapassagens.)
 
2. Ciclovia exerce forte imagem como incremento de segurança para o ciclista.
 
3. É impossível construir uma ciclovia sem cruzamentos e a maioria dos acidentes envolvendo ciclistas ocorrem em cruzamentos.
 
4. Colisão frontal entre ciclistas é acidente relativamente comum em ciclovias de dupla mão de direção.
 
5. Mesmo em países europeus, há problemas de invasões de veículos motorizados em ciclovias, em especial motocicletas e ciclomotores.
 
6. Por causa da falta de calçadas é comum ver pedestres usando ciclovias como seu espaço, o que gera conflito e acidentes.
 
7. É comum o atropelamento do pedestre em ciclovias. Ciclovias não têm a característica "hostil" de uma rua ou avenida, além do mais a bicicleta é silenciosa e difícil de ser percebida. Já a via para veículos motorizados, tende a ser percebida e respeitada pelo pedestre. Há várias razões para tanto, uma delas é porque os veículos são barulhentos e podem ser ouvidos de longe.
 
8. "Sem ciclovia não há segurança para o ciclista", é discurso comum que não raro acaba inviabilizando a implementação de melhorias mais simples, baratas e eficientes para a segurança e conforto do ciclista. 
 
Sobre a introdução da ciclovia
 
Considerações sobre a introdução da ciclovia
 
 
1. É crucial pensar qualquer obra viária voltada para o ciclista de forma integrada com o meio ambiente, os locais de interesse e outros modos de transporte, motorizados ou não.
 
2. A segurança no trânsito para ciclistas deve estar fundamentada em um sistema cicloviário no qual sejam consideradas todas as opções possíveis e pertinentes às peculiaridades locais - trânsito compartilhado, faixas para ciclistas, ciclovias, ou até simplesmente não fazer nada.
 
3. Dependendo do contexto, ciclovia pode ou não ser a melhor opção. O que importa mesmo é que o ciclista sinta segurança sem perder o prazer de pedalar.
 
4. Ciclovia deve ser alimentada de ciclistas, senão é gasto inútil. O interessante é que o ciclista consiga acessar a ciclovia pedalando por caminhos seguros.
 
5. Toda ciclovia tem cruzamentos, portanto necessita de semáforos. O problema de custo dos semáforos, não é o único ponto crítico. O sistema semafórico integrado à ciclovia só funciona se houver uma correção geral de tempos em todo o sistema semafórico já existente. É uma decisão política de peso.
 
6. Com o ciclista integrado ao tráfego e longe de vias saturadas ou de trânsito rápido, o semáforo vale para todos e os custos gerais caem.
 
7. Mesmo sendo possível a melhor condição de implantação da ciclovia, ainda há o problema que ela segrega o ciclista do trafego de veículos motorizados, o que não raro, significa distanciá-lo do olhar de motoristas e motociclistas, o que acaba se transformando em mais um elemento de risco de acidentes, principalmente em esquinas.
 
8. O perfil irregular do traçado urbano e a topografia de nossas cidades dificultam a implantação de ciclovias.
 
9. Normalmente, onde há saturação de veículos motorizados - vias expressas, avenidas e outras vias preferenciais - é onde seriam os melhores trajetos para ciclistas. O problema técnico de implantar ciclovias nestas vias está na diferença de velocidade entre o ciclista e motoristas nas esquinas, acessos e cruzamentos. Há ainda a questão ambiental de baixa qualidade comum a locais onde há excesso de veículos motorizados.
 
10. Criada uma ciclovia, onde colocar as vagas de estacionamento que desaparecerão com o espaço ganho pela ciclovia?
 
11. Ciclovia de canteiro central em avenidas é questionável em termos de segurança para o ciclista. Por um lado, o faz cruzar uma via de trânsito intenso para alcançar sua segurança, o que constitui um contra-senso. Estas travessias podem ser feitas junto às faixas de pedestres, o que pode criar problemas tanto para pedestres como para o próprio ciclista. Mas, tem a vantagem de permitir fluxo mais rápido para o ciclista pela diminuição de interferências, como acessos de garagens e esquinas. Em compensação há o problema causado pelas convergências à esquerda e ou retorno dos automóveis, além do possível fechamento do fluxo da ciclovia por veículos que não conseguiram cruzar a avenida.
 
12. Numa ciclovia de canteiro central de avenida, o ciclista irá pedalar na pior condição de salubridade, já que está no centro de intensa poluição sonora e do ar.
 
13. Ciclovias são recomendáveis em estradas que estejam em área urbana.
 
14. A experiência internacional mostra que a ciclovia criada gera demanda. Mas a mesma experiência demonstra que a ciclovia por si só não se sustenta. Ela necessita de um sistema de alimentação de ciclistas, seu uso deve ser constantemente incentivado, suas falhas corrigidas, suas qualidades mantidas e periodicamente revistas. Do contrário sua implementação será gasto inútil e dinheiro jogado fora. Ciclovia não faz milagres, é simplesmente uma das opções técnicas disponíveis. 
 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Um anarquismo organizado

Os especialistas em rede chamam o fenômeno ocorrido no Brasil nas últimas semanas de swarming. Em inglês, significa enxame.  É uma denominação para aglomerações advindas de uma convocação não centralizada. O primeiro grande swarming da nossa época foi a manifestação em Madrid logo após os atentados em 2004, quando os jovens se reuniram rapidamente através de uma comunicação frenética de SMS.
Os swarmings são fenômenos típicos de uma sociedade hiperconectada, que se auto-organiza em rede e não depende de uma convocação única. Elas simplesmente acontecem, por vezes inexplicavelmente, ora motivadas por algum fator político ou social. São exemplos de swarming a manifestação na Praça Tahir (e outras da primavera Árabe), a manifestação no Zuccottti Park, que resultou no movimento Occupy e os recentes protestos na Turquia.
Mas, segundo Augusto de Franco, criador da escola de redes, é bem provável que as manifestações dos dias 17 e 18 de junho no Brasil tenham sido o maior swarming já presenciado no Planeta. Isso porque, segundo o especialista, é ingenuidade acreditar que os milhões de brasileiros que saíram às ruas nas centenas de cidades durante esses dois dias foram convocados pelo Movimento Passe Livre (MPL).
“O que ocorreu foi a expressão molecular de um incômodo, de uma insatisfação difusa. As pessoas sentiram que há algo muito errado com o sistema, embora não saibam explicar o que é exatamente o sistema”, diz Franco
Manifestações épicas sugerem mudanças profundas. Só a história dirá, mas talvez o que tenhamos presenciado na semana passada seja mais um sintoma de uma nova forma de organização social, algo que já se faz sentir no mundo todo. O próprio MPL é um apontamento nesse sentido: um movimento que se diz apartidário, sem liderança definida e capaz de abalar estruturas organizadas muito bem definidas nas cidades em que atua.
Enquanto, de um lado, temos uma multidão que se reúne com pautas difusas e um clamor comum de mudança, do outro temos uma máquina pública viciada nos seus próprios processos. Não faltaram petições, abaixo assinados e campanhas que apontaram o desejo do brasileiro de se inserir e participar mais dos rumos políticos da nação. Nada disso foi respeitado ou levado em conta. Ou seja, enquanto a sociedade se instrumentaliza para pressionar e participar sem precisar ir às ruas fazer revolução, os donos do poder dão sinais claros de ancestralidade ao se fechar dentro de uma máquina viciada, cara e ineficiente.
A tendência é caminharmos para ser uma comunidade sem fronteiras, sem liderança e sem controle midiático. Uma espécie de anarquismo organizado. Em entrevista ao jornal O Globo, Pierre Levy, filósofo da informação que estuda a interação entre sociedade e internet, diz que não é preciso ter medo desse novo cenário. “O fundamental é mantermos a liberdade de expressão; com ela não é preciso ter essa paranoia com o fascismo”, diz.
Ainda é cedo para saber quais resultados concretos esses swarmings trarão para a sociedade, mas no momento em que o padrão de manifestação ao redor do planeta parece seguir esse mesmo modelo, uma das apostas é que a mudança, quando chegar, vai ser global. Resta saber qual país vai descobrir a receita e capitanear esse movimento oceânico que já começa a transbordar as barragens das instituições tradicionais.
Thiago Foresti 

sábado, 29 de junho de 2013

Ciclovias

Construir CICLOVIAS é dever do poder público e DIREITO do cidadão.











Bicicleta, transporte do FUTURO!