segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Capacete



É verdade que não posso transitar com a viseira de meu capacete levantada?

É verdade. A lei determina que em circulação todos os motociclistas devem estar com a viseira ou óculos de proteção devidamente posicionados de forma a dar proteção total aos olhos. Assim, sua viseira deverá estar sempre totalmente abaixada.

Tenho capacete com viseira cristal, fumê e espelhada. Posso usar sem problemas?

O Contran estabelece que a viseira poderá ser no padrão cristal, fumê, light e metalizada para uso diurno. Já para uso noturno somente a de padrão cristal. • Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem usar capacete com viseira ou óculos de proteção de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Contran é infração gravíssima penalizada com multa e suspensão do direito de dirigir.

Fonte: Detran/MT

Em 70% dos acidentes com motos, a culpa é do motociclista


O aumento do número de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas no Brasil preocupa não só os órgãos de trânsito do país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está convencida de que os motociclistas são os principais responsáveis pelos acidentes. "Consideramos que 70% das causas [de acidente] são devidos a fatores humanos. E, agora, temos o problema das motocicletas: com o aumento da frota de motocicletas aumentou muito o número de acidentes devido a má condução do veículo", disse Mercedes Maldonado, representante da OMS no Brasil.
 
O tema foi discutido no Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes de Trânsito e Transportes, promovido pelo Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transportes (Cedatt) Mercedes Maldonado apresentou números para mostrar que as principais causas de acidente de trânsito no Brasil são excesso de velocidade (26%), infraestrutura rodoviária (20%) e motocicletas (16%).

Segundo o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, as maiores vítimas de acidentes de trânsito no Brasil ainda são os pedestres, mas os motociclistas já ocupam a segunda posição. "Metade das pessoas que morrem anualmente é pedestre. Em segundo lugar, e crescendo enormemente, estão os motociclistas. Há também uma questão que envolve o excesso de velocidade com ou sem alcool e a da má habilitação", disse ele.

Já o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Mauro Ribeiro, alerta: "temos lugares no país onde 50% dos óbitos são de motociclistas". Um dos problemas apontados por especialistas é o uso do chamado "corredor", o espaço estreito entre uma faixa e outra da via. Brasiliense explicou que, ao usar o corredor para ultrapassar os carros, o motociclista deixa de ser visto por, pelo menos, um dos três espelhos retrovisores que o motorista de automóvel tem à disposição, "aumentando enormemente a possibilidade dele se acidentar".

Segundo José Guedes Pereira, presidente do Sindicato das Auto Moto Escolas e Centro de Formação de Condutores no Estado de São Paulo, o elevado número de acidentes envolvendo motocicletas deve-se, principalmente, ao veto do artigo 56 do fato de o Código Nacional de Trânsito. O artigo proibia expressamente a circulação de motocicletas nos corredores. "Isso fez com que o motociclista mudasse o comportamento. Como temos as motos circulando muito entre os veículos, criamos uma situação de mobilidade diferente, de massa diferente e de velocidade diferente. Isso expõe uma situação de risco muito grande. Já estamos chegando a acidentes de moto com moto", disse Ribeiro, que defende a proibição do tráfego de motos nos corredores.

Outro problema apontado no encontro é a má formação dos motociclistas. Segundo Wilson Kenji Yasuda, coordenador da Comissão de Segurança Viária da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), uma pesquisa recente feita com acidentados no trânsito revelou que 70% dos motociclistas envolvidos em acidentes não tinham carteira de habilitação.
Para reforçar a informação dada pelo representante da Abraciclo, o presidente do sindicato das motoescolas apresentou um dado preocupante: "Mais de 90% das pessoas que procuram uma autoescola para obter a carteira de moto já são motoqueiros, ou seja, aprenderam de alguma forma, não sabemos como", disse José Guedes Pereira.

Apesar da gravidade do problema, as políticas públicas que poderiam ajudar a reduzir os índices de acidentes envolvendo motocicletas esbarram na falta de informações confiáveis. Mauro Ribeiro, da Abramet, reclamou que não há dados anuais sobre acidentes de trânsito no país e os poucos números disponíveis não refletem a realidade do país, pois ignoram características particulares de cada região, de cada estado ou município, e nem levam em consideração o que causa os acidentes.

Fonte: Detran/MT

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O avanço do exército amarelo em Sorocaba SP

01/08/2011 | EDITORIAL do jornal Cruzeiro do Sul em Sorocaba -SP muito oportuno para ser discutido aqui.

O avanço do exército amarelo
Infrações e comportamentos de risco devem ser punidos exemplarmente, até que se crie a consciência? ou, na falta dela, o receio - de que é melhor seguir as normas



Os amarelinhos superaram todas as expectativas. Quem previu que haveria uma avalancha de multas com a entrada em operação da equipe de fiscalização do trânsito, em janeiro deste ano, não errou. No balanço do primeiro quadrimestre, a arrecadação de multas foi de R$ 4.426.701,56, contra R$ 2.511.573,95 no mesmo período do ano passado ("Fiscalização - Multas de trânsito crescem 78% com a atuação dos amarelinhos", 28/7, pág. A5). É uma indústria de multas, sem dúvida, mas não se pode condená-la. Não sem levar em conta seus resultados, que são, em última instância, aquilo que todos almejam: um trânsito menos perigoso.

O Brasil é um caso único em todo o mundo. Poucos povos desfrutam de tanta liberdade, em todos os aspectos da vida pessoal, social e política. Cada vez mais, porém - por exigência da própria sociedade, que muitas vezes se sente acuada pelo comportamento de indivíduos ou de grupos -, o Brasil se torna um Estado policialesco, em que a falta de limites de uma parte das pessoas leva à edição de calhamaços de leis para proibir isto ou aquilo, à formação de milícias públicas ou particulares e à implantação de olhares eletrônicos por toda parte, a fim de coibir comportamentos criminosos e abusivos.

E nada melhor para traduzir o espírito paradoxal de um país que às vezes parece uma terra sem lei, ao mesmo tempo em que possui tantas leis para regular as mínimas coisas, do que o trânsito, esse sistema de uso coletivo em que o Estado é chamado a assumir a tutela de cidadãos em pleno domínio de seus deveres e direitos, para exigir deles uma atitude que, num mundo ideal, deveria depender apenas da consciência de cada um. Nada ilustra melhor essa situação absurda do que a necessidade de fiscalização, com ameaça de multas e outras sanções, para o uso de capacete e de cinto de segurança, acessórios cujo uso deveria interessar primordialmente ao próprio condutor.

No contexto da verdadeira tragédia cotidiana que é o trânsito brasileiro, a repressão pode ser antipática, mas é indispensável. Veículos e condutores sem condições de transitar devem ser tirados das ruas, para garantir a segurança de todos os usuários. Infrações e comportamentos de risco devem ser punidos exemplarmente, até que se crie a consciência - ou, na falta dela, o receio - de que é melhor seguir as normas para não ser molestado ou ter prejuízo. Um trânsito fortemente vigiado é, infelizmente, a melhor ¿ e, ainda assim, tênue - chance que se tem, a curto prazo, de fazer com que o número de mortos e feridos desse massacre estúpido possa diminuir.

A "indústria" de multas, incrementada pela ação dos amarelinhos ¿ e que está em vias de ser expandida ainda mais com a ampliação do quadro desses servidores -, seria arrecadatória e totalmente dispensável se as multas aplicadas se destinassem a punir infrações sem maiores consequências, como estacionamento em locais proibidos, por exemplo. O balanço quadrimestral, no entanto, indica a intervenção da equipe no combate a infrações realmente importantes, como trafegar em excesso de velocidade (primeiro lugar no ranking das multas), dirigir falando ao celular, avançar sinal fechado e trafegar sem cinto de segurança.

Desde que haja possibilidade de recursos, para que se viabilize a correção de eventuais erros, e um cuidado para que a atuação dos fiscais ocorra em toda a cidade, mediante a elaboração de mapas com os pontos críticos onde há mais infrações e acidentes, essa ofensiva do exército das multas deverá proporcionar bons resultados para o trânsito como um todo, com reflexos inevitáveis no nível de segurança desfrutado por motoristas e pedestres.

É uma situação ideal? Certamente que não. Mas, quer se queira, quer não, é a linguagem que todos entendem

Convulsão na Inglaterra

Violenta onda de protestos e vandalismo toma conta da Inglaterra. Lojas saqueadas, prédios incendiados, confrontos nas ruas - parece até abertura de filme apocalíptico, mas não é.
Segundo informações da imprensa tudo começou com protestos pela morte de um jovem, morto pela polícia londrina. As vezes um evento assim deflagra uma descarga de tensão social reprimida por muito tempo.
Mas enquanto isso no Brasil assistimos mais uma vez a uma série de denúncias de corrupção envolvendo ministérios e pessoas em cargos do primeiro escalão do governo.E não é apenas do governo do partido "A", mas também do seu antecessor, o partido "B", senão uma ação orquestrada com a participação de praticamente todo o alfabeto.
Ah se o povo brasileiro tivesse uma pequena fração dessa indignação expressa nos tumultos em Londres para protestar contra esse mal que assola nosso País desde o tempo das caravelas...
Vê-se marcha dos sem-terra, da diversidade sexual, da maconha e até do orgulho hetero etc., mas cadê a marcha pela cidadania? Quem vai ás ruas, de forma ordeira e pacífica, para exigir que o dinheiro dos impostos sejam revertidos em SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE? Será que o povo brasileiro perdeu a capacidade de indignar-se?
Estamos muito próximos de eventos importantes: A copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, eventos que movimentarão Bilhões de reais para sua preparação. As ditas obras não começaram, requentando o roteiro das "obras emergenciais" em que o controle do que é gasto é deixado em último plano em prol do cumprimento do cronograma de execução, deixando abertas as portas para escandalosos superfaturamentos e desvio de recursos, com prejuízo, inclusive, da qualidade final da obra.
Em todo o Brasil a explicação para as deficiências crônicas de nossa infraestrutura é a insuficiência de recursos. Faltam recursos para a educação, para formar e remunerar dignamente professores; Faltam recursos para a criação de leitos nos hospitais para atender com um mínimo de respeito o ser humano que agoniza em corredores superlotados dos pronto-socorros Brasil á fora. Faltam recursos para o saneamento básico, apesar das edições do PAC.
No entanto o dinheiro que possibilita a realização dos eventos esportivos já citados é obtido por empréstimo via BNDES. Empréstimos com a garantia dos Estados e Municípios das subsedes, aos quais caberá arcar com o pagamento desta dívida.
Qual a mágica utilizada para que os tão escassos recursos, indisponíveis para sanar as mazelas seculares de nosso povo, se materializem á toque de caixa para atender esses eventos? Me diga Mr. M!
Vontade Política ou Voracidade "Verbítica"? Mas o gigante permanece adormecido em berço esplêndido...
Brasileiros! Está armado o cenário para mais um capítulo da velha novela de desvios e corrupção,e adivinha quem é que vai pagar a conta?
Talvez escândalo mesmo seja se a Seleção Brasileira perder mais quatro pênaltis durante a Copa.
Quem sabe, então, o mundo se surpreenda com tumultos no Brasil de dimensões proporcionais aos que vemos hoje na Inglaterra...