sábado, 29 de junho de 2013

Ciclovias

Construir CICLOVIAS é dever do poder público e DIREITO do cidadão.











Bicicleta, transporte do FUTURO!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Brasil acordado


Meio a sério, meio de brincadeira, comentei aqui algumas vezes que a inesperada Copa do Pantanal teria sido um estratagema do Bom Jesus de Cuiabá para dar uma sacudida no cuiabano forçando-o a assumir sua cidade, seu presente e seu futuro, lutar por ela preparando-a para o Tricentenário aproveitando as oportunidades do mega evento global e de sua centralidade numa das regiões mais produtivas do planeta. Cada vez mais me convenço ser esta impressão mais séria do que pensava, e também mais ampla já que o suposto artifício sacudiu não só Cuiabá, mas todo o Brasil. Esperava que a Copa fosse um elemento perturbador nesse conluio crônico de mal tratos à coisa pública no país, e que puxaria outros assuntos, como a mobilidade urbana, a segurança e a saúde pública, pois os jogos não ocorrem isolados de seus contextos. 


Atiraram no que viram e acertaram o que não viram, algo que jamais queriam acertar. Se soubessem, nunca iriam atrás de Copa alguma. Sem querer, ao sediar a Copa o Brasil colocou-se em destaque na imensa vitrine midiática mundial com compromissos grandiosos com data marcada, assumidos não só consigo mesmo, diante de todo o planeta. O grande benefício imediato da Copa para o Brasil foi mostrar ao mundo e aos próprios brasileiros que o país está encalacrado em um modelo político-administrativo enrolado, perdulário, corrupto e incapaz criado ao longo dos anos a pretexto de combater a corrupção – que campeia mais solta do que nunca - incapaz de realizar qualquer projeto com data marcada. Se a Copa pudesse ser prorrogada, por certo já estaria lá por 2038 - provisoriamente, é claro. Para atender datas fixas, como a Copa ou as tragédias urbanas brasileiras de cada verão, a única saída está em soluções bizarras como o Regime Diferenciado de Contratações, que nada mais é do que uma lei autorizando o descumprimento da lei. Triste mas necessária conclusão. 


Não se trata apenas de obras. Nada anda no país, a não ser a corrupção e a irresponsabilidade pública. Além da burocracia absurda, o Brasil foi fatiado entre grupos vorazes, na maioria das vezes travestidos em grandes e importantes causas. O bem comum é o que menos importa e quando importa é só às vésperas das eleições. O desrespeito ao público atingiu as raias do deboche cada dia mais ultrajante, como as manobras “pizzaiolas” sobre o julgamento dos mensaleiros, a PEC-37 ou o aumento da remuneração que se deram, na mesma legislatura, os vereadores de Cuiabá, muito bem anulado semana passada pela Juíza Maria Erotides. Ou ainda o escárnio logístico com Mato Grosso, o maior produtor de alimentos do Brasil, responsável por um superávit comercial de US$ 13,0 bilhões para o país ano passado. 

Nada anda no país, a não ser contra o interesse público, e o povo enfim saiu às ruas. A tarifa do transporte foi a gota d’água e a Copa ofereceu seu palco midiático internacional onde não há como fugir aos holofotes mundiais. O país carece urgente ser passado inteiro a limpo e tudo é prioritário. A Republica precisa ser reproclamada. O povo em sua maioria tem dado nas ruas demonstrações de que está consciente e preparado para construir essa nova ordem com muita civilidade e respeito ao concidadão e ao bem comum, inclusive repelindo o perigo dos vândalos, caçadores de cadáveres e outras ações oportunistas. O recuo no aumento nas tarifas foi uma primeira vitória. O passe livre pode ser a próxima, uma verdadeira revolução nos conceitos de mobilidade urbana e na qualidade de vida das cidades brasileiras. Logo talvez a tão esperada reforma política, mas que seja verdadeira. E seguir em frente. O Brasil não pode adormecer de novo. 



JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS, arquiteto e urbanista, é professor universitário

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dilma propõe 5 pactos e plebiscito para constituinte da reforma política

Presidente reuniu 27 governadores e 26 prefeitos de capitais em Brasília. Encontro foi motivado pelas reivindicações surgidas nos protestos de rua.


A presidente Dilma Rousseff propôs na tarde desta segunda-feira (24) aos 27 governadores e aos 26 prefeitos de capitais convidados por ela para reunião no Palácio do Planalto a adoção de cinco pactos nacionais (por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação).
Em relação ao segundo pacto, a presidente apresentou a proposta de convocação de um plebiscito para que o eleitorado decida sobre a convocação de um processo constituinte específico destinado a fazer a reforma política.
"Quero neste momento propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita. O Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está", declarou a presidente.
A reunião com governadores e prefeitos foi convocada como forma de resposta à série de manifestações que levaram milhares às ruas em protesto contra aspectos da conjuntura política, econômica e a qualidade dos serviços públicos.
Economia
O primeiro pacto apresentado pela presidente a governadores e prefeitos foi por responsabilidade fiscal, estabilidade da economia e controle da inflação . "Este é um pacto perene para todos nós", declarou.

Segundo a presidente, o pacto pela preservação dos fundamentos da economia "é uma dimensão especialmente importante no momento atual, quando a prolongada crise econômica mundial ainda castiga as nações"
Reforma política
No capítulo da reforma política, Dilma propôs aprofundar a participação popular por meio de um debate sobre a convocação de um plebiscito.
De acordo com a presidente, o processo constituinte seria específico para estabelecer regras da reforma política. Uma reforma política pode produzir mudanças na forma de escolha de governantes e parlamentares, financiamento de campanhas eleitorais, propaganda na TV e no rádio e outros pontos.
Segundo Dilma, o debate da reforma política "entrou e saiu" várias vezes da pauta nas últimas décadas.
"É necessário que nós [...] tenhamos a iniciativa de romper um impasse. Quero neste momento propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita", disse.
Corrupção
A presidente defendeu um combate "contundente" à corrupção e disse que, para isso, é necessário endurecer a legislação, de modo a que a corrupção dolosa seja classificada como crime hediondo, "com penas severas".
Saúde
Para melhorar os serviços públicos de saúde, Dilma pediu aos governadores e prefeitos para "acelerar" os investimentos já contratados em hospitais, unidades de pronto-atendimento e unidades básicas de saúde e ampliar a adesão de hospitais filantrópicos ao programa do Ministério da Saúde que troca dívidas por mais atendimento.
Ela disse que o governo quer incentivar a ida de médicos para as cidades que mais necessitam de atendimento de saúde, e, quando não houver brasileiros disponíveis, contratar médicos estrangeiros para trabalhar exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
"Gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata nem de longe de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades", afirmou Dilma, para quem o Brasil é um dos países que menos emprega médicos estrangeiros.
A presidente também disse que o programa de ampliação de vagas em cursos de medicina, classificado por ela como "o maior da história", vai resultar na criação de 11.447 novas vagas de graduação e 12.376 novas vagas de residência médica para estudantes brasileiros até 2017.
Transportes
Para o problema do transporte público, apontado com um dos fatores que determinaram a eclosão da onda de manifestações pelo país, Dilma falou em dar um "salto de qualidade".
Ela destacou a desoneração fiscal do setor promovida pelo governo federal, o que, segundo afirmou, permitiu a redução das tarifas de ônibus em 7.23% e a de metrô e dos trens em 13,25%.
"Estamos dispostos agora a ampliar desoneração do PIS-Cofins sobre o óleo diesel dos ônibus e a energia elétrica consumida por metrô e trens. Esse processo pode ser fortalecido pelos estados e municípios com a desoneração dos seus impostos. Tenho certeza que os senhores estarão sensíveis a isso", afirmou, dirigindo-se a governadores e prefeitos.
Ela também anunciou a destinação de mais de R$ 50 bilhões para novos investimentos em obras de mobilidade urbana.
"Essa decisão é reflexo do pleito pela melhoria do transporte coletivo no país, onde as grandes cidades crescem e onde no passado houve a incorreta opção de não se investir em metrôs", declarou.

Fonte: G1

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Mais de 40 mil pessoas vão às ruas - II ATO CUIABÁ CONTRA A CORRUPÇÃO E VIOLÊNCIA!

Parabéns ao povo Cuiabano que lotou as ruas da cidade para manifestar contra a corrupção e a violência. Foram cerca de 40 mil pessoas que, após concentração na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura de Cuiabá, seguiram pela Avenida Rubens de Mendonça até a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, no Centro Político e Administrativo. A SMTU e Polícia Militar garantiram a segurança dos manifestantes, interditando o trânsito em todo percurso. O público em sua maioria composto por jovens, também contou com idosos e crianças. Todos em busca de um Brasil melhor.










 
PARABÉNS CUIABÁ!!!

Manifesto

Osiel Araújo

Há mais de uma semana estamos convivendo com manifestações em todo o território nacional em defesa dos direitos constitucionais do cidadão brasileiro. O estopim da vez foi o aumento de 0,20 centavos nas passagens de ônibus que aflorou todos os sentimentos de revolta que a população estava sentindo nesses últimos anos. 

Mas não é somente isso que nos insulta. Estamos sentindo na própria pele, e pagando com nossas vidas os desmandos dos agentes que outrora administram o estado brasileiro. Não encontramos outra saída a não ser 
manifestar.

A corrupção desenfreada “estupra” o Estado Nacional e subtrair todas as formas de distribuição de rendas e benfeitorias sociais que um cidadão necessita para sobreviver. É o mínimo que a população espera de seus governantes. Mas não é isso que acontece. 

Não temos saúde para acolher quaisquer tipos de doenças que surjam. Há tempos o Sistema Único de Saúde está em fase terminal e carente de atendimento. As escolas se tornaram um campo de batalhas e os professores ficaram acuados no exercício da profissão. Nem o teto mínimo lhes deram direito, quiçá escola de qualidade. 

O alto índice de homicídios, latrocínios, estupros e tráfico de entorpecentes colocou a sociedade num paredão de fuzilamento, e em rota de colisão com a criminalidade. Não temos leis que punem os indivíduos que assolam os lares dos cidadãos que pagam caro para custear o Brasil. Não se vê outra notícia, a não ser o tombamento da sociedade como se fossem abatidos como bovinos num frigorífico clandestino. Quem vê não enxerga e quem enxerga não quer ver. 

E na polícia, expressam a forma mais voraz desse autoritarismo disfarçado de democracia. Esquecem os policiais que tempos atrás tentaram manifestar em busca de melhores condições de trabalho e melhorias salariais, mas foram impelidos por esse mesmo sistema com prisões e demissões por indisciplina no serviço público.

Em nosso Estado também não ficamos para trás. A violência é descontrolada em todos os sentidos. A todo o momento somos molestados de todas as maneiras, seja no crime de 
menor potencial ofensivo, seja na mais variada forma de subtração do patrimônio público. 

Este sim é um dos mais graves crimes que nos acometem atualmente. Subtraíram-nos 44 milhões de um programa denominado “Mato Grosso 100% Equipado” e não fizemos nada. Tiraram-nos 20 milhões da conta única do Estado e ficou por isso mesmo. Esquematizaram desvios da ordem de 256 milhões em cartas de créditos e ficamos apenas assistindo. Houve, ainda, irregularidades da ordem de 18 milhões no MT Saúde que causaram a quebra do plano e falta de atendimento dos conveniados. Remédios de alto custo comprados a preço de ouro e jogados na vala da incompetência administrativa. 

Desvios da ordem de 2 milhões na suposta aquisição de Jeeps Land Rovers que sequer chegaram a ser desenhados por aqui. É por isso que há rumores de que os salários podem futuramente atrasar, pois o déficit público amarga a cifra de aproximadamente 1 bilhão de reais. Também não vimos sequer um dos articuladores desses esquemas pagarem pelos crimes que cometeram. Há sim, me esqueci, alguns foram exonerados, outros alocados em outros cargos da mesma esfera estatal. 

Também não sabemos por qual motivo o Ministério Público almeja tanto o direito de investigar. Para que? Com a palavra a PEC 37. E a justiça, qual papel vem desempenhando? Temos o direito de manifestar sim. Temos o direito de exigir saúde de qualidade sim, educação de primeiro mundo e segurança para nos garantir o direito de ir, vir e viver em sociedade.

É direito do Estado nos proporcionar essas ações, principalmente, os princípios básicos garantidos pela Constituição Federal. Aos governantes, quaisquer que sejam eles, garantir esses direitos, caso contrário, manifestaremos não só pela mudança do tabuleiro, mas sim das peças que compõem esse jogo político corrupto e autoritário.

OSIEL ARAÚJO é bacharel em Ciências Econômicas pela UFMT.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Desculpe o transtorno, estamos mudando o país!

Sandra Cristina Alves

É hora de uma nova geração que não aceitará o atual direcionamento do país com as velhas e intragáveis máximas “é assim mesmo” e “rouba, mas faz” 

Meu filho ligou. Disse que participará da manifestação. Orgulho ou medo? Retruquei. Disse que estava em São Paulo e os manifestantes se aproximavam do lugar em que eu estava. Logo a seguir ele me orientou: Cuidado! Foi o início de um diálogo fantástico.
Num primeiro momento ao ver jovens e idosos indo às ruas para levar a público seu inconformismo com a situação política, econômica e social do país, senti orgulho. Já tive a oportunidade de participar de uma grande manifestação, no histórico impeachment de Collor, e não o fiz.

Cenas de violência, desordem, fogo em veículos, bombas de gás, tiros! São tantos os casos em processos e em notícias de jornais que mostraram jovens vítimas de balas perdidas, mortes decorrentes de reações instintivas de policiais, fatalidades. Nó na garganta ao imaginar um filho em meio a um movimento com qualquer destas consequências.
A mídia cobre passo a passo a manifestação. Todo o dia foi marcado por avisos de que a manifestação ocorreria nas capitais do país. A polícia se comprometia a não utilizar balas de borracha e os manifestantes a comportarem-se pacificamente. Muitos momentos de tensão.

Os manifestantes se vestem de branco, cantam e caminham pelas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, entre outras capitais. As primeiras reuniões visavam protestar contra as tarifas de ônibus, mas a sociedade viu que muitos pontos devem ser revistos na nação, saúde, educação, transporte e principalmente os desperdícios de dinheiro público com obras denominadas “elefantes brancos”.

Em Cuiabá, hoje, um dos dias de maior repercussão das manifestações do país, houve a redução na tarifa de ônibus em R$ 0,10 (dez centavos). Isso mesmo, caso não queira crer, a tarifa sairá de R$ 2,95 e irá para R$ 2,85 e não tem nenhum viés político!!!! Quanto custa calar uma manifestação?

Já passam das 22h00min (vinte e duas horas). Os manifestantes pacíficos seguiram para suas casas. Seus pais e avós acompanhavam seus filhos adolescentes na caminhada, alternativas inteligentes: engrossar um movimento social nacional e justo; e por outro lado, verificar a segurança de seus filhos.

Sobraram os desordeiros e marginais. Violência, invasão de lugares públicos, pichações, carros e fogueiras. Polícia em ação. Uma pena! Poderia ser perfeito. Perfeição? A razão está mais para Legião Urbana: “Vamos celebrar a estupidez humana... Venha que o que vem é perfeição”!

Os adolescentes dão as mãos, descem a rampa do Congresso Nacional, é comoção total. Chega de corrupção, show de vaidades, alienação do povo. É hora de uma nova geração que não aceitará o atual direcionamento do país com as velhas e intragáveis máximas “é assim mesmo” e “rouba, mas faz”. 

Medo, a primeira coisa a fazer é proibir seu filho de participar de manifestações. Orgulho, ao ver que amadureceu e consegue de forma inteligente protestar pacificamente, retornar para casa no momento certo, afastar-se da violência e proteger seus amigos. Perfeição, se pais e filhos estiverem juntos dizendo ao povo: “Desculpe o transtorno, estamos mudando o país”!

As vozes e os gritos do povo

Juacy da Silva

O povo, principalmente as massas de trabalhadores, são transportados em ônibus, trens, metros, vans, lotações que mais se parecem com caminhões para transporte de gado, de animais, jamais seres humanos que merecem respeito e dignidade...

Quando Marx, Engels, Lenin, Mao Tsé Tung, Fidel Castro, Che Guevara e tantos outros revolucionários que escreveram ou agiram em prol das revoluções socialistas/comunistas que mudaram não apenas os regimes políticos, sociais e econômicos de seus países, mas também a configuração da política internacional jamais imaginaram que no futuro a mobilização das massas poderia ser realizada sem a direção de um partido que representasse os trabalhadores e as massas oprimidas, atualmente denominadas de “excluídos” e  que tudo isso pudesse ocorrer sem um substrato ideológico.

Graças às mudanças tecnológicas do final do século XX e início deste novo milênio como a televisão com abrangência internacional, a internet e  as redes de computadores,  em questão de minutos as notícias correm o mundo e também as pessoas podem ser mobilizadas de forma efetiva para protestarem contra qualquer coisa, inclusive contra governos opressores, corruptos e serviços públicos de má qualidade, corrupção nos aparelhos do Estado, brutalidade dos aparelhos de repressão do Estado, cargas tributárias que pesam exageradamente sobre os ombros e no bolso dos contribuintes ou simplesmente contra aumentos abusivos no preço das passagens.

Ao longo da história sempre que ocorreram grandes manifestações de massa os resultados foram e continuam imprevisíveis, inclusive a queda de governos e de regime. Assim aconteceu com as revoluções francesa, norte-americana, russa de 1917. Também no Brasil podemos identificar as grandes mudanças a favor e contra o governo João Goulart e a derrubada do Governo, a marcha pelas “diretas já” e o fim do regime militar, as manifestações dos “caras pintadas” e a renúncia/cassação de Collor e mais recentemente nas revoltas no mundo árabe.

A rebelião das massas pode tomar rumos que nem o governo e seus organismos de repressão ou nem mesmo os organizadores imaginam quando são iniciadas as mobilizações das grandes massas. Dependendo do nível de repressão/brutalidade por parte dos aparelhos do Estado uma manifestação que se inicia pacificamente pode descambar para uma violência generalizada.

No caso do que está acontecendo no Brasil neste momento a origem, o motivo inicial ou aparente foi o aumento abusivo das tarifas de transporte público que tem ocorrido nos últimos dois anos e a baixa/péssima qualidade deste serviço. O povo, principalmente as massas de trabalhadores, são transportados em ônibus, trens, metros, vans, lotações que mais se parecem com caminhões para transporte de gado, de animais, jamais seres humanos que merecem respeito e dignidade.

O setor de transporte público parece que é comandado não pelos poderes públicos concedentes, mas muito mais por máfias de criminosos que se digladiam por seus espaços e territórios, da mesma forma que acontece com o setor de lixo/resíduos sólidos, obras de infraestrutura. Na verdade, tais práticas (prorrogações de concessões de forma ilegal e ilícita, aumentos de tarifas sem levar em condição o valor do salário dos trabalhadores e a qualidade dos serviços prestados) ajudam a perpetuar os mesmos grupos neste setor. Parece que os governantes estão muito mais a serviço dos interesses dos grandes grupos econômicos (que financiam suas campanhas eleitorais e se tornam senhores dos governantes eleitos) do que dos reais interesses do povo.

Voltando aos tempos da internet , do facebook e de outras redes sociais e dos avanços tecnológicos na áreas da comunicação. Os protestos desta segunda feira (17 junho) em  mais de uma dezena de capitais, alguns com mais de 100 mil participantes já estão nas primeiras páginas de jornais, revistas e redes de TV no mundo todo, principalmente na Europa, nos EUA e até mesmo na China.

Além das fotos, incluindo cenas de brutalidade policial e de vandalismo por parte de alguns manifestantes, as análises desses veículos de comunicação também destacam que tais manifestações de massa não são apenas contra o aumento do preço das passagens de transporte urbano, mas sim também contra gastos perdulários dos Governos Federal e Estaduais com obras faraônicas da COPA, dezenas de bilhões de reais, enquanto a saúde, a educação, a segurança, o saneamento  e a infraestrutura geral e urbana vivem em completo caos e descaso por parte dos governantes.

A imagem que o mundo a cada dia tem sobre o Brasil é de um país dividido entre um grupo privilegiado que vive nababescamente enquanto milhões não tem moradia, saúde e segurança, e transporte e desfrutando de baixa qualidade de vida. Essas grandes massas soltaram suas vozes e seus gritos, cabe agora à elite dominante, os atuais donos do poder (que em passado recente também ajudaram a mobilizar as massas contra o regime militar, chegando até  mesmo pegar em armas para a derrubada do governo, promoveram guerrilhas urbanas e rurais) compreenderem que todas essas demandas devem ser atendidas enquanto é tempo.

As massas populares demoram para sair as ruas, mas muitas vezes só voltam para suas casas quando suas demandas são atendidas. O povo que protesta quer que seus direitos sejam  respeitados e que possa viver com dignidade. Isto não é exigir demais! Afinal são eleitores e contribuintes e merecem respeito por parte dos governantes!

JUACY DA SILVA, professor universitário UFMT, mestre em sociologia

Blog: www.professorjuacy@blogspot.com

II ATO CUIABÁ CONTRA A CORRUPÇÃO E VIOLÊNCIA!

Nos últimos dias muitos o povo saiu ás ruas em diversas cidades do país, reivindicando diversos direitos, como redução da tarifa do transporte público, qualidade no transporte, investimentos na saúde e educação, ente outros e também contra o alto investimento na Copa do Mundo. Bilhões de reais estão sendo gastos em reformas e construções de estádios, enquanto a população sofre nos precários hospitais públicos. 

Os Cuiabanos também estão se organizando e sairão ás ruas para um ato pacífico e apartidário,  na quinta-feira, dia 20 de junho. Concentração ás 17h30 na Praça Alencastro.


Vejam informações sobre o II ATO CUIABÁ CONTRA A CORRUPÇÃO E VIOLÊNCIA!

https://www.facebook.com/events/668277276522145/



Outros eventos:


Quarta-feira 19/06


Ato com o tema: defesa do passe livre


http://www.facebook.com/events/684078144942217/?ref=25


Sexta feira 21/06 em Várzea Grande 


Passe livre, Saúde, Educação, Segurança e transporte de qualidade


http://www.facebook.com/events/154555158064437/?ref=25



Sábado 22/06

Contra a PEC 37
 
https://www.facebook.com/events/312775898857330/?fref=ts

A UM ANO DA COPA

José Antonio Lemos dos Santos

A iniciativa do Tribunal de Contas de Mato Grosso de acompanhar dia a dia tecnicamente as obras da Copa do Pantanal publicando a cada mês os resultados vem servindo como uma das referências da população quanto ao progresso na preparação da cidade para a Copa do Pantanal. Em um conjunto de obras com data marcada para inauguração não teria o menor sentido uma avaliação a posteriori do Tribunal, pois em caso de problemas o leite já estaria derramado. Nem teria igual credibilidade o mesmo tipo de trabalho apresentado pelo próprio órgão responsável pela execução das obras, a Secopa, que também foi sábio suspendendo a publicação de seus relatórios, evitando as divergências tão comuns em relatórios paralelos, que só confundiriam a opinião pública. O bom é que numa situação tão especial como a Copa, Cuiabá disponha de um relatório técnico mensal dos mais insuspeitos e confiáveis para o acompanhamento das obras. Nada pelo qual se possa por a mão no fogo, mas que em conjunto com o trabalho da imprensa serve como um bom referencial, cuja existência desconheço em outras sedes da Copa. 

     A leitura e divulgação desses relatórios exigem, entretanto, um cuidado especial, pois se referem a dados de um determinado mês que são analisados e processados no mês seguinte, e divulgados no início do segundo mês subsequente. Existirá sempre um espaço de tempo de no mínimo 1 mês entre o que está no relatório e a realidade vista pelo cidadão na obra, defasagem que pode chegar a 2 meses na véspera da apresentação do relatório seguinte. Agora, por exemplo, em meado de junho, o último relatório está defasado em 1 mês e meio em relação ao tempo real da obra e isso faz muita diferença em obras aceleradas. Esta observação em nada diminui a confiança nos relatórios mensais do TCE, visa apenas a ajudar a esclarecer o cidadão da razão das obras estarem geralmente à frente dos relatórios. 

     Pelos relatórios e o senso comum as obras avançam, ainda que em velocidades diferentes, com algumas poucas ainda nem iniciadas. O importante é que as obras fundamentais para o funcionamento da Copa do Pantanal estejam em condições de conclusão em tempo hábil. Segundo o último relatório referente a abril, a Arena Pantanal encontrava-se com um mês de atraso no cronograma e teve seu ritmo de obras acelerado com mais um turno de trabalho. Como a conclusão está prevista para outubro próximo, pode ser considerada uma obra sem problemas para a Copa e até mesmo para seu primeiro evento com a seleção brasileira na primeira quinzena de janeiro conforme anunciou domingo passado o secretário da Secopa. As obras do aeroporto estão aceleradas e já podem ser vistas em rápida evolução. A trincheira do Zero Km e o viaduto do Cristo Rei também avançam bem ainda que atrasadas. Atenção especial merecem os COTs, o Fan Park, obras de compromisso com a Fifa, e a ligação da Rua Antonio Dorileo com a Beira-Rio, essencial para aliviar o fluxo da Fernando Correia, cuja ponte sobre o Coxipó foi iniciada agora. 

     Importante é que a um ano da Copa as coisas parecem caminhar bem no sentido do grande legado de benfeitorias públicas e privadas para a cidade, ainda que demandando muito trabalho duro em turnos extras na maioria das obras. Parece inclusive que a população começa a acreditar nas estruturas que despontam, apesar dos transtornos, como bem mostrou neste domingo a Caminhada pela Copa organizada pela Secopa com mais de 14 mil pessoas, 11.500 inscritas quando a expectativa inicial era de 5 mil. Não é qualquer lero-lero que reúne o povo assim numa manhã de domingo com o sol cuiabano tinindo de bonito. Agora, temos a reta final de 1 ano exigindo muito mais sacrifícios, cobrança e trabalho. 

José Antonio Lemos dos Santos

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Ciclovias em Cuiabá

             O hábito de pedalar cresce vertiginosamente em Cuiabá. Seja por lazer, esporte ou como meio de locomoção, cada vez mais as pessoas estão recorrendo às bicicletas.

Quem pedala, além de curtir a natureza, belas paisagens, o vento no rosto, ganha ainda benefícios para a saúde. A prática do ciclismo fica em segundo lugar entre os esportes considerados mais completos, perdendo apenas para a natação.

Por outro lado, muita gente, seja por da falta de dinheiro ou por mudança de hábito mesmo, está adotando a bicicleta como seu principal meio de transporte. Pedalar não consome combustível, tem baixa manutenção, não polui, é silencioso e muito agradável.

Porém, a falta de ciclovias é um grande empecilho para que o ato de pedalar se transforme em rotina para um número maior ainda de pessoas em Cuiabá. Há registros de cerca de 24,4 km de ciclovias ou ciclofaixas na capital, sendo a ciclovia da Av. Arquimedes Pereira Lima com 3 km, a ciclofaixa da Avenida das Torres com 13,5 km e a ciclofaixa da Av. Tatsumi Koga com 7,9 km.

Creio que 24,4 km é muito pouco para uma capital com mais de 500 mil habitantes, não acham? A situação é mais crítica ainda porque esses 24,4 km não oferecem condições mínimas para a circulação dos ciclistas.

A ciclovia da Av. Arquimedes Pereira Lima, conhecida como Estrada do Moinho, há muito tempo está abandonada pelo poder público. No seu curto percurso o ciclista se depara com carros de vendedores de frutas, veículos expostos para venda no espaço que seria das bicicletas, empresas que fazem da ciclovia estacionamento particular, buracos, acúmulo de terra e muito mato em alguns trechos.

A ciclofaixa da Av. Tatsumi Koga encontra-se em situação parecida, em todo seu trecho há acúmulo de areia, terra e detritos, buracos, sem contar os veículos que a utilizam como estacionamento.

Já a ciclofaixa da Avenida das Torres, a maior de todas, com extensão de 13,5 km, a conservação está um pouco melhor, isso porque é a mais recente. Como a ciclofaixa é compartilhada com pedestres, os ciclistas encontram dificuldade em transitar, mas o maior problema é o uso indevido por parte dos motoristas que teimam em estacionar sobre a mesma. Nos trechos que cortam os bairros Santa Cruz I e II, Recanto dos Pássaros e Jardim Imperial, o desrespeito é constante e a vida dos pedestres e ciclistas está sempre em risco.

Ciclofaixa da Avenida das Torres
.
Nem vou citar a “tal” ciclovia da Avenida dos Trabalhadores - que dizem ter existido um dia - pois quem por lá circula não vê nem sinal de ciclovia.

Resta a nós, ciclistas, a esperança de que a promessa de novas ciclovias – Parque do Barbado, novo trecho da Moinho, Estrada da Guarita em Várzea Grande, Rodovia Emanuel Pinheiro e Rodovia Cuiabá/Santo Antônio do Leverger – se concretize.

Ciclovia ideal
.
Fica o recado para nossas autoridades. Construam ciclovias e os ciclistas virão.

Sílvio Furtado de Mendonça Filho
Bacharel em Ciências Econômicas e pós-graduado em Gestão Pública

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Marcha das Vadias reúne mulheres e homens em Cuiabá em protesto contra ‘cultura do estupro’

Marcha das Vadias reúne mulheres e homens em Cuiabá em protesto contra ‘cultura do estupro’
Mulheres e homens que não se conformam com o machismo e a chamada ‘cultura do estupro’ se reúnem para um protesto no próximo sábado (8) denominado Marcha das Vadias. Trata-se de uma manifestação feminista reivindicando liberdade e uma vida com menos violência, mas aberta ao público masculino.

A mobilização está marcada para as 15 horas na Praça Maria Taquara. A Marcha das Vadias é um movimento que acontece em várias capitais do País e originou-se em protesto às declarações de um policial do Canadá que queria negar proteção estatal a mulheres por conta de suas roupas, como se a violência ocorresse por conta das roupas, e não da relação de poder que se estabelece entre agressor e vítima.

Por este motivo é comum que durante o evento as manifestantes usem pouca roupa, seios pintados com frases de protesto, justamente em defesa da ideia de que as mulheres não podem sofrer violência, não importa qual roupa estejam usando, ou qual seja seu comportamento.

Esta será a segunda edição da Marcha das Vadias em Cuiabá, que no ano passado contou com participação de aproximadamente 400 manifestantes. Para 2013 a expectativa é que o número de participantes dobre.

O Brasil é o 7º país no ranking mundial de homicídios de mulheres, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Em 65% dos casos de violência sexual, o estuprador era um parente ou conhecido da mulher.
Fonte: Olhar Direto

Várzea Grande quer revitalizar cidade com ajuda da Copa. Turismo é a aposta.

A cidade de Várzea Grande segue se preparando para a Copa do Mundo de 2014 que será realizada em Cuiabá. Vários projetos de potenciais turísticos estão sendo feitos pela prefeitura, que diz que a cidade não recebia a devida atenção neste quesito. A Rota do Peixe parece ser uma das grandes apostas da cidade para atrair os turistas.

Segundo o Secretário de Comunicação de Várzea Grande, Eduardo Ferreira, a prefeitura já está fazendo um mapeamento dos pontos. “A cidade tem um potencial fabuloso para ser explorado, infelizmente as gestões anteriores não deram a devida atenção. Era tudo largado”, disse ele se preocupando ainda com a falta de visibilidade do turismo.

Entre os projetos estão a revitalização das praças do município, que não irão apenas ganhar um novo visual, mas também, vão servir como local de encontro das pessoas, onde podem ser realizados eventos culturais, de lazer. “As praças ajudam a cidade a respirar” disse o secretário.

Ciclovias também estão sendo discutidas pela prefeitura, além de pontos que já estão na rota do turismo da cidade como Passagem da Conceição. “O carnaval bateu recorde de público e de atividade econômica, movimentou muito. Agora é o momento de adequar e prover a cidade uma boa infraestrutura”, afirmou Eduardo.

Parque com trilha suspensa na mata - Algumas ações já estão sendo executadas. Uma delas foi a implantação do parque Noise Curvo, nas proximidades da ponte Sérgio Mota. O bairro está recebendo um parque para caminhada de nível de primeiro mundo com um passeio sobre uma trilha suspensa nos moldes dos que são construidos em pontos turísticos da Europa. Além do passeio no bosque sem contato com o chão, os visitantes contarão com infraestrutura, incluindo estacionamento para carros, motos e bicicletas, box de comércio, quiosques de cantinas, banheiros e segurança. 


 O parque Noise Curvo contará com toda a infraestrutura para turismo e lazer em área privilegiada e próxima a Cuiabá
O parque Noise Curvo, ainda em fase de obras, vem sendo preparado para ser uma das surpresas com a marca da gestão do prefeito Walace Guimarães. A 'menina dos olhos' do prefeito, projetada para ser um dos principais parques de passeio da Grande Cuiabá, promete ser mais uma atração do município para a Copa do Mundo. Essa obra deve ser entregue nos próximos meses.

Sobre a criação de um local para a população assistir aos jogos, o secretário disse que o Fan Park construído em Cuiabá pode servir muito bem as duas cidades, lembrando ainda que ele fica mais perto de Várzea Grande do que de muitos bairros da capital. “Também sugerimos a criação de uma espécie de “mini Fan Park” no município”, revelou ele

Eduardo finalizou dizendo que a cidade precisa crescer independente da sua vizinha. “Queremos uma independência de Várzea Grande, queremos ter um sentido próprio, pois temos características muito específicas, apesar de termos os mesmo problemas que Cuiabá”.

Fonte: Olhar Direto