quinta-feira, 31 de julho de 2008

O exército de cavalos de aço

No dia-a-dia do trânsito, o que mais se vê são motos, motos e muito mais motos. A motocicleta, veículo motorizado de duas rodas, é um meio de transporte bastante utilizado devido ao baixo consumo de combustível e por ter um preço mais acessível que a maioria dos automóveis. Modelos de até 150 cc são oferecidos em longa escala, sem entrada e com parcelas fixas de R$ 170,00, ou seja, com parcelas de aproximadamente 40% do salário mínimo brasileiro o cidadão sai da concessionária com sua magrela.

Até aí tudo bem.O cidadão consegue adquirir seu veículo próprio, mérito da economia estável, que a anos proporciona crescimento econômico. O problema é que essa farta oferta de crédito e o galopante crescimento nas vendas das motocicletas, coloca mensalmente milhares de novos motoristas nas ruas das cidades brasileiras. Um verdadeiro exército. Exército de cavalos de aço. Muitas vezes esses novos motoristas são despreparados para a batalha que é o cotidiano do trânsito.

O trânsito é cruel e não perdoa erros. Motoqueiros despreparados, irresponsáveis e imprudentes, colocam suas vidas e de terceiros em risco ao cometer barbaridades sobre duas rodas. É comum flagarmos a todo instante, motoqueiros furando sinal vermelho, pulando canteiro central, transitando sobre calçadas e passarelas, pilotando sem capacete, falando ao celular, transportando crianças e até bebês (fazendo o chamado sanduíche, onde a criança fica espremida entre dois adultos), enfim uma série de irregularidades.

Mas o que evitar que mais motoqueiras invadam as ruas? Restringir o crédito, apesar de ter sido cogitado até pelo governo, é inviável em uma democracia em pleno crescimento econômico.

O que precisa ser feito é preparar o cidadão para que ele seja um bom condutor, seja de automóvel ou de motocicleta. Exigir um bom curso de formação teórica e prática, com rigor, para que ao adquirir a sua CNH ele seja um bom condutor, com conhecimento de legislação de trânsito, direção defensiva e primeiros socorros e principalmente que seja um condutor com responsabilidade e conhecedor da máquina que terá em suas mãos, que se for mal utilizada pode matar.

Não queremos um exército de cavalos de aço se degladiando com automóveis e pedestres. Não queremos um exército de cavalos de aço matando e morrendo em batalhas que duram dia e noite, em guerra eterna.

Queremos um exército de motoqueiros que seja ordeiro, civilizado, que caminhe, ou melhor, que transite em harmonia com os outros componetes do trânsito, automóveis, ônibus, caminhões e pedestres.

A motocicleta é um instrumento que proporciona ao cidadão um deslocamento mais barato e rápido e se usado com responsabilidade tem muito mais pontos positivos do que negativos.

Reflitam, motociclistas!


Silvio Furtado

Nenhum comentário: