Já sabíamos que Cuiabá era a 5ª capital mais violenta no trânsito e a 20ª entre todas as cidades do Brasil nesse quesito. O que não sabíamos é que o Estado de Mato Grosso figurava como campeão em acidentes de trânsito com mortes.
Os dados foram divulgados com o lançamento do livro ‘Acidentes de Trânsito no Brasil - Um Atlas de sua distribuição’ da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
O levantamento soma, pela primeira vez, o número de mortos no local do acidente, registrado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), e o de pessoas que falecem nos hospitais, em decorrência das lesões sofridas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Isso significa impressionantes 35 mil mortos no Brasil a cada ano.
Em números absolutos, a maioria das ocorrências vem do Estado de São Paulo, que tem a maior frota de veículos do Brasil. Mas, quando se leva em conta a população local, o primeiro do ranking é Mato Grosso, com 32,1 acidentes com mortes para cada 100 mil habitantes, seguido por Santa Catarina (32), Paraná (31), Mato Grosso do Sul (30,4), Tocantins (30), Goiás (29,4), Espírito Santo (25,8), Rondônia (23,6) e Sergipe (22,1). O Distrito Federal está em 10º lugar, com taxa de 22,1. Já São Paulo figura apenas na 17ª posição, com 17,9.
Homens jovens, na faixa dos 20 a 30 anos, morrem mais no trânsito. De quatro vítimas fatais, três são do sexo masculino. O estudo também revelou que os pedestres e motociclistas são as principais vítimas de acidentes, sejam fatais ou não.
O principal objetivos do atlas é justamente orientar as políticas públicas em relação ao trânsito. Necessário se faz a união de prefeituras, órgãos de trânsito, ONG’s e também da imprensa, afim de trabalharem campanhas educativas que conscientize pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas.
Importantíssimo focar o trabalho de conscientização principalmente sobre os motociclistas, pois outro estudo feito pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostra que a proporção de motociclistas mortos no trânsito passou de 0,5 para 3,2 por cada 100 mil habitantes entre 1996 e 2005, um aumento de 540%. Enquanto o número geral de mortes reduziu de 22,5 para 19.4 por cada 100 mil habitantes, ou seja, redução de 14%.
Prevenir é mais barato que arcar com as conseqüências dos acidentes de trânsito. Um estudo da OMS - Organização Mundial de Saúde mostrou que, no Brasil, gastam-se R$ 3,6 bilhões anuais em decorrência de acidentes urbanos. Desses, R$ 477 milhões referem-se a tratamento médico.
Para uma cidade como Cuiabá, ainda provinciana, não basta campanhas educativas pontuais. A questão da educação para o trânsito só trará resultado se começar com as crianças. Para os atuais motoristas, mal preparados e viciados em transgressões, só com uma fiscalização rigorosa, o número de acidentes seria reduzido. Radares, lombadas eletrônicas e semáforos com câmeras seriam bem-vindos!
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