A cena foi chocante. O corpo estirado ao chão, a cabeça esmagada, sangue pelo asfalto... Policiais fazendo o boletim de ocorrência e perícia, agentes de trânsito tentando fazer o trânsito fluir apesar da tragédia... Triste realidade. Como amenizar o sofrimento dos familiares neste momento?
Quem é o culpado da tragédia? O motorista do ônibus ou o motociclista? A perícia trará a resposta, porém nada justifica a atitude do motorista do ônibus em fugir do local e não 'tentar' prestar algum socorro.
O que está ocorrendo entre nós, infelizmente, é a banalização da violência no trânsito. Os números já não representam grande coisa. São apenas números. E o que prevalece é a consideração de que a fatalidade é a causa de tantos acidentes. Tudo se passa como se estes já fizessem parte da realidade ou da paisagem urbana. A banalização da violência no trânsito inclui o pouco valor que é dado à própria vida.
A situação se agrava com a constatação de que as pessoas em geral não tem o hábito de identificar, avaliar e gerenciar riscos no trânsito. Os acidentes quase sempre acontecem, pela soma de diversos fatores de risco associados ao comportamento e aos veículos inseguros e sem manutenção, além de problemas viários que vão desde projetos deficientes e problemas com a sinalização e conservação.
Estudos e pesquisas indicam que o principal fator de risco é o comportamental. O comportamento de risco por parte do condutor é alimentado não só pela formação precária mas principalmente pela sensação de impunidade, que estimula o descumprimento das leis de trânsito.
Sabemos que a sensação de impunidade gera o desrespeito à lei que por sua vez gera a atitude de risco e este o acidente. O rigor na fiscalização deve ser aplicado por todos os órgãos de trânsito. Somente a fiscalização rigorosa, aliada á educação e obras de engenharia, poderão num futuro próximo modificar o comportamento do motorista brasileiro.
Durante décadas discutia-se a necessidade de um novo código de trânsito para fazer frente ao grave problema da segurança do nosso trânsito. Porém, desde a implantação do CTB - Código de Trânsito Brasileiro – em 1998, há a determinação de que o Ministério da Educação regulamente atividades didáticas de trânsito nas escolas.
E o que foi feito na área da educação até agora? Muito pouco! As campanhas educativas realizadas por Detrans e municípios, são importantes e úteis, mas são caras e pouco contribuem para a mudança de comportamento necessária para a redução dos acidentes.
Cabe a nós, enquanto usuários do sistema viário, seja como pedestre, ciclista, motociclista ou motorista de carro pequeno ou grande, contribuir para a tão sonhada mudança de comportamento no trânsito. Em primeiro lugar, cumprir as leis de trânsito, dirigir defensivamente, fiscalizar e cobrar dos órgãos de trânsito investimentos e fiscalização, ser parceiro desses órgãos e principalmente lutar pela vida!
Silvio Furtado de Mendonça Filho
2 comentários:
Nooossa... O que foi aquele acidente na Fernando Correa??? Meu Deus, que coisa mais triste. Até onde vamos com essa violência no trânsito? As autoridades tem que intervir urgentemente. O que estão esperando? Que algo semelhante aconteça a um de seus familiares? Por favor né?
O Sr. Silvio esta afirmando e imputando ao condutor do onibus a omissão de socorro sem menos saber a versão do mesmo. Vamos com calma na delegacia ele teve sua versão e terá todos os direitos reservados até que se prove a sua culpa.
Falo isso, pois estive no local... e depedendo do veiculo (caminhão marca/modelo ESCANIA 113), o condutor nem sente tal impacto. Vamos deixar para as testemunhas (caso tenha) e a pericia caso seja possivel afirmar quem estava errado na história.
Acompanho seu blog por sinal.
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