domingo, 1 de junho de 2008

Trânsito em Cuiabá e VG é um caos, garante professor

Trânsito em Cuiabá e VG é um caos, garante professor
Grande Cuiabá tem frota de 215,3 mil veículos, mas municípios não estão preparados para amenizar problema


O trânsito na Grande Cuiabá está à beira de um colapso. Quem avalia é professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Eldemir Pereira de Oliveira.


Ele argumenta que não basta ter um governo atento ao sistema de transporte, mas a cidade precisa de políticas públicas nas quais estejam estabelecidas metas para a continuidade das ações, independente do partido ou gestor que administre."É preciso criar no cuiabano uma cultura de transporte. Isso passa por investimentos de curto e longo prazo, bem como um trabalho educativo dos motoristas e pedestres".

Nas ruas de Cuiabá e Várzea Grande trafegam cerca de 215,3 mil veículos. O número representa o crescimento de 20% em relação a frota de veículos registrada em 2005 pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso. Significa dizer que em três anos e quatro meses 35,1 mil novos veículos foram colocados nas ruas das duas cidades.

Para sanar o problema é necessário incluir o trânsito no planejamento urbano das cidades. A descentralização das atividades produtivas na área central é uma das opções apontadas. Um exemplo apresentado pelo professor é Curitiba que, na década de 70, tinha a estrutura parecida com Cuiabá.

Na administração de Jaime Lerner, o município investiu maciçamente na estrutura física com a reestruturação de vias, zoneamento e uso do solo e sistema de transporte coletivo. Curitiba tinha na época 600 mil habitantes e era fortemente pressionada pelo êxodo rural e o baixos índices de industrialização.

A situação econômica, à época, era idêntica a de Cuiabá e quantidade de habitantes também. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Capital de Mato Grosso tinha 526,8 mil habitantes em 2007.

O modelo adotado por Lerner foi a ocupação dos espaços vazios com corredores de transporte. Essas avenidas seriam como linhas de acesso a determinadas atividades produtivas, com as características definidas em legislação urbana.

Uma área destinada a transporte de cargas e industrias, por exemplo, não estaria próximo de comércio e serviços. Desta forma, as empresas saem da área central para instalarem se nos espaços afins.

A vias de acesso também seguem o mesmo principio: sair da área central. Curitiba, que hoje é referência em logística de transporte urbano, concentrou os esforços na formatação de alternativas para que as pessoas cheguem a qualquer parte da cidade sem passar pelo centro.

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