quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

História do Automóvel


O surgimento do automóvel

O automóvel como conhecemos hoje é fruto de uma série de descobertas. Sendo assim, não se pode dizer que uma pessoa foi responsável pela criação desse meio de transporte, pois, tal como a humanidade, ele surgiu de um processo evolutivo.

No decorrer da sua evolução, o ser humano aprendeu a transformar o meio à sua volta em função das suas necessidades. À medida que se deslocava, ele abria e construía novos espaços. Com o tempo, as necessidades o levaram a buscar acessórios que o ajudassem nesse deslocamento. Desse modo começaram a surgir os primeiros meios de transportes.

Com a formação das primeiras civilizações, a vida em sociedade trouxe novas necessidades e, em conseqüência, novas descobertas. Registros históricos dos Sumérios, povo que viveu por volta de 3000 a.C., contam que um desconhecido construiu uma prancha e colocou rolões de madeira embaixo dela. Às margens do rio Tigre e Eufrates, o sumeriano viu seu rudimentar veículo transportar pesos enormes, desenvolvendo cada vez maior velocidade. Neste instante descobria-se a roda, invenção impulsora de diversas outras, entre elas a que chegaria ao automóvel.

Com a invenção da roda, o homem deixou de usar exclusivamente os animais como meio de transporte. Assim surgiram as carroças e, mais tarde, as carruagens. Esses meios de transportes foram usados intensamente em todas as civilizações da antigüidade, inclusive nas orientais, tanto para o deslocamento de pessoas, como acessório na agricultura e na guerra. No Império Romano, aproximadamente 500 anos antes de Cristo, surgiram os primeiros caminhos projetados. Como Roma era uma cidade populosa e tumultuada, com ruas bastante estreitas, era comum os pedestres terem de caminhar entre as bigas e liteiras, o que ocasionava atropelamentos e congestionamentos. Tornava-se necessário um meio de organizar esse espaço. Surgem então as primeiras leis de trânsito. O imperador Júlio César, por exemplo, proibiu a circulação de veículos pelo centro de Roma durante o dia. Alguns locais já tinham ruas de mão única e estacionamento exclusivo para carroças.

No final do século XV, após muitos anos de evolução, o trânsito começou a dar seus primeiros passos como espaço social. O caos de muitas cidades gerava a necessidade de leis e normas que organizassem a conduta. No México, por exemplo, longe do nascente Mercantilismo da Europa, o intenso tráfego já era comum nas principais civilizações. Para organizar esse espaço, as correntes de tráfego foram divididas, pintando-se duas faixas coloridas no meio das estradas.

Já no século XVIII, em 1722, a confusão era tamanha na ponte de Londres, na Inglaterra, que as autoridades resolveram colocar três homens para controlar e disciplinar o tráfego no local. Esses foram os primeiros guardas de trânsito da história. Na mesma época, nos Estados Unidos, ainda colônia da Inglaterra, havia multas altas para as carruagens que andassem mais rápido que o passo humano.

Nessa época começaram a ser realizados os primeiros experimentos na tentativa de criar o automóvel. Em 1769, um francês chamado Nicolas Cugnot (ou Carnot) conseguiu fazer um veículo que andasse por meio de sua própria energia. Era um trator de três rodas, movido a um motor de vapor (inventado alguns anos antes pelo escocês James Watt). O automóvel andava a 4 km/h e tinha que parar de poucos em poucos metros para formar e acumular vapor. Consta que Cugnot sofreu o primeiro acidente automobilístico da história ao se chocar com o muro do quartel, onde servia como engenheiro militar. Nesse período as invenções eram constantes, pois a Europa preparava-se para a Revolução Industrial.

No século seguinte, no ano de 1803, surgiram as primeiras carruagens sem cavalos, movidas a vapor. Com um cilindro horizontal, este veículo chegava a velocidade de 13 Km/h, mas assustava as pessoas pelo barulho que fazia. Em vista disso, os motores a vapor foram mais aplicados nas locomotivas. Como alternativa, alguns cientistas começaram a desenvolver projetos de motores de combustão interna. Nesses motores, o combustível queimava no interior de um cilindro fechado com bases móveis, os êmbolos ou pistões. Nessa época já havia novos combustíveis líquidos e gasosos a partir do carvão. Outra tentativa foram os veículos elétricos, alimentados por baterias, mais rápidos e silenciosos que os de motor a vapor. Porém, tinham o inconveniente de não poder percorrer longas distâncias porque, logicamente, dependiam da carga das baterias.

Em 1860, o francês Étienne Lenoir construiu o primeiro motor de combustão interna. Esse motor já possuía um só cilindro, no qual era injetado gás, primeiro numa extremidade, depois na outra. O êmbolo era jogado de uma extremidade a outra, pelas explosões provocadas por corrente elétrica. Esse princípio é semelhante ao utilizado nos motores atuais. Dois anos depois, outro francês, Alphonse Beau de Rochas, publicou a análise de termodinâmica do novo motor, estabelecendo o princípio do ciclo de quatro tempos. Em 1876, os alemães N.A. Ott e Eugen Langen já tinha vendido cerca de 35 mil motores com ciclo de quatro tempos para pequenas fábricas locais.

Em 1885 o alemão Karl Benz constrói o que seria considerado o primeiro automóvel da história. Era um triciclo que carregava o motor na traseira, atrás do único banco do carro. Possuía um cilindro, a quatro tempos, que queimava benzina como combustível, chegando a velocidade de 10 km/h. Já apresentava as principais características dos automóveis modernos: sistema de ignição elétrica, sistema de arrefecimento do motor por radiador e circulação de água, e sistema de transmissão ao eixo por engrenagens diferenciais. No ano seguinte, o também alemão Gottlieb Daimler, patenteou um motor de combustão interna de alta-rotação, que queimava vapor de petróleo como combustível. Ele construiu um veículo de quatro rodas, com o eixo dianteiro articulado a um pino no centro, para dar a direção. Benz e Daimler nunca se conheceram, apesar de estarem a uma distância de apenas a 100 km. Seus nomes só se juntaram após as suas mortes, o que originou a empresa Mercedez Benz.

A descoberta da gasolina como combustível levou à substituição dos demais combustíveis utilizados nos motores dos veículos, que passaram a ter uma alimentação de carburante independente. Essa inovação viabilizou inúmeros projetos e, a partir daí, começaram a surgir diferentes modelos, não só na Europa como também nos Estados Unidos. Um exemplo é o modelo dos irmãos americanos Charles e Frank Duryea, do ano de 1893.

Em 1894, os franceses Émile Levassor e René Panhard inovaram o modelo de Daimler e deram a forma dos veículos que conhecemos hoje: o motor foi montado na frente do veículo, protegido por um capuz, sobre um quadro de chassi; com a substituição da transmissão por correias de embreagem, que eram operadas por uma alavanca na mão direita; pedais que acionavam o acelerador, freio e embreagem; e utilização do radiador tubular, localizado na frente do automóvel.Apesar dos automóveis estarem tornando-se comuns, ele era considerado um acessório caro demais, que ainda não tinha comprovado finalidade ou utilidade prática. Os próprios fabricantes tinham essa visão. Porém, nos Estados Unidos, a popularização do automóvel começou a se concretizar graças ao pioneirismo de Henry Ford.

Ford fabricou seu primeiro automóvel em 1896. Em seguida começou a construir modelos de corrida, os quais usava para propagar o automóvel e testar detalhes de seus carros. Cinco anos depois, bateu o recorde mundial de velocidade, com seu modelo 999. Em 1903 fundou a sua empresa, a Ford Motors Company. Nessa época ele já defendia a idéia de que, ao produzir automóveis em grande quantidade, de baixo preço e pouco luxo, tornaria o produto acessível, e obteria grande lucro. Para isso, ele lançou em 1908 o modelo T, um automóvel rústico e barato, que durante os 25 anos em que foi produzido atingiu a marca de 16 milhões de unidades vendidas. Esse fato transformou Henry Ford proprietário de um dos maiores impérios industriais e econômicos de sua época.

A sua idéia de produção em série logo se estendeu para outros segmentos industriais, surgindo então as linhas de montagem. Esse conceito inovador revolucionou a industrialização no mundo inteiro, trazendo inigualáveis progressos. Com o passar dos anos, o modelo ?T? foi desvalorizando e perdendo espaços para modelos mais luxuosos. Mas, por insistir na produção do mesmo carro, Henry Ford conseguiu levar sua empresa a uma grande crise financeira e, somente em 1927, reaparelhou a fábrica, lançando o modelo A.

A Primeira Guerra Mundial ajudou a familiarizar o automóvel como meio de transporte utilitário. Há relatos de que o governo francês teria encomendado veículos do modelo Renault AG para transportar seus soldados para o front de batalha. Esses táxis ficaram conhecidos como os Taxistas de Mame.

Com a popularização do automóvel, a sua fabricação intensificou-se fortemente. Os melhoramentos foram surgindo e sendo incorporados progressivamente aos carros. Dentre esses, o pára-brisa, os freios nas quatro rodas, o amortecedor e, talvez o mais importante, o motor de partida autônomo, elétrico, acionado pela própria bateria, o que pôs fim a perigosa alavanca manual.

O esporte automobilístico ganhou espaço entre as duas guerras. Em 1939, a maior parte dos países europeus já tinha seu Grand Prix. Os carros de corrida serviram de inspiração para os novos modelos que surgiam, cada vez mais extravagantes, principalmente nos Estados Unidos.

O foco da produção mundial começou a se alterar com a entrada do Japão no mercado, em meados de 1960. Vinte anos depois, os japoneses já haviam ultrapassado os americanos.

A crise do petróleo, na década de 70, trouxe à tona preocupações antes inexistentes, entre elas o desperdício de combustível. Mais tarde, surgiu a preocupação com a segurança e a preservação do Meio Ambiente. Assim, os fabricantes passaram a apresentar cada vez mais opções, visando oferecer conforto e segurança para os usuários. Por exemplo o air-bag, bolsa de ar inflável, acionada instantaneamente em caso de acidente, o que evita que o motorista se choque contra o pára-brisa.


O Automóvel na História do Brasil

Desde a chegada do primeiro automóvel no Brasil, esse meio de transporte passou a fazer parte da história do país. A princípio, os poucos veículos existentes causavam curiosidade e espanto. Mas, com o tempo, o brasileiro começou a gostar cada vez mais dessa tecnologia e, com a chegada das indústrias, os automóveis passaram a fazer parte da economia do país.

Antes mesmo da chegada do primeiro automóvel no Brasil, no dia 23 de julho de 1861, é inaugurada a primeira estrada pavimentada do continente. Era a rodovia União Indústria, e ligava os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 144 km de extensão.

Em 1891 assumia a presidência o marechal Floriano Peixoto, o segundo governante do Brasil República. Nessa época, a cidade de São Paulo já contava com 200.000 habitantes. No ano de 1893, no centro da cidade, o povo pára para ver a novidade: um veículo aberto, com grandes rodas de borracha, movido a vapor, com caldeira, fornalha e chaminé, que levava dois passageiros. Era o primeiro automóvel a chegar no Brasil. O carro, um Daimler inglês com patente alemã, pertencia a Henrique Santos Dumont, irmão do Pai da Aviação.

No ano seguinte, assume o primeiro presidente civil do País. Abandonando as idéias inovadoras do governo antecessor, Prudente de Moraes iniciou a segunda fase da República Velha, período de domínio das oligarquias. No ano de 1897, enquanto o sertão da Bahia assistia ao massacre de sertanejos com o fim da Guerra de Canudos, José do Patrocínio resolve ensinar o amigo poeta Olavo Bilac a dirigir seu carro. Bilac, porém, consegue arremessá-lo de encontro a uma árvore, na Estrada Velha da Tijuca, protagonizando o primeiro acidente automobilístico do país.

Em 1900, já no governo Campos Sales, Fernando Guerra Durval trazia para as ruas de Petrópolis o primeiro carro de motor a explosão do país: um Decauville de 6 cavalos, movido a ?benzina?. Neste mesmo ano, o então prefeito de São Paulo, Antonio Prado, institui algumas leis que regulamentavam o uso do automóvel na cidade.

Dentre as medidas, o prefeito impõe uma taxa para os carros, assim como era feito com os tíliburis e demais meios de transportes. Henrique Santos Dumont, o motorista pioneiro no país, solicita ao prefeito isenção dessa taxa, alegando o mau estado das ruas da cidade. Depois de muito bate boca, a prefeitura acaba cassando a licença de Henrique, retirando do seu automóvel a cobiçada placa ?P-1?, a qual foi parar no carro de Francisco Matarazzo.

Em 1903, circulam pela cidade de São Paulo 6 automóveis. A prefeitura resolve tornar obrigatória a inspeção dos veículos, fornecendo uma placa de identificação a cada um, obrigatoriamente afixada na parte traseira do carro. É imposta também uma regulamentação para a velocidade dos veículos: ?...Nos lugares estreitos ou onde haja acúmulo de pessoas, a velocidade será de um homem a passo. Em nenhum caso a velocidade poderá ultrapassar a 30 Km por hora.?

Em 1904, ainda em São Paulo, é criado o exame para motoristas, sendo a primeira carta de habilitação entregue a Menotti Falchi, dono da Fábrica de Chocolates Falchi. Nesse ano, o número de veículos na cidade salta para 83. Porém, os automóveis eram privilégio de uma pequena elite, na grande maioria estrangeiros. Isso acaba gerando uma nova profissão: o chauffer?, palavra importada, usada para denotar motorista particular.

Dois anos depois, sobe à presidência do País o mineiro Afonso Pena. Apesar da intensa valorização da agricultura cafeeira, a paixão pelos carros logo trouxe a vontade de se fabricar automóveis. Então, em 1907, uma pequena empresa de reparos em carruagens de tração animal, a Luiz Grassi & Irmão, monta e coloca em funcionamento em São Paulo o primeiro carro brasileiro: um Fiat.

No dia 26 de julho de 1908 ocorre a primeira corrida automobilística, não só do País como de toda América do Sul. Uma multidão paga cerca de 2.000 réis para ir ao Parque Antártica, ter a oportunidade de assistir ao ?Circuito de Itapecirica?. O grande vencedor é o paulista Sylvio Penteado, com seu Fiat de 40 cavalos. Com uma média de 50 km por hora, ele cumpriu o trajeto de 70 km em 1 hora, 30 minutos e 5 segundos. Nesse mesmo ano, o conde francês Lesdain realiza a primeira travessia Rio-São Paulo. O conde venceu os 700 km de estradas tortuosas em 33 dias, num carro Brasier de 16 cavalos. Antonio Prado Júnior, no mesmo ano, organiza uma caravana chamada ?Bandeirantes sobre Rodas de Borracha?, com destino a Santos (SP), pelo perigoso e abandonado Caminho do Mar. A aventura teve a duração de 36 horas.Ainda em 1908, inaugura o Automóvel Clube de São Paulo, estimulando ainda mais o automobilismo na cidade. Na mesma época, no Rio de Janeiro, é criado o Automóvel Clube do Brasil. Dados os primeiros passos, começava a verdadeira paixão dos brasileiros pelos automóveis.

Em 1910 sobe ao poder o militar Hermes da Fonseca. Nesse mesmo ano ele decreta a Lei n.º 8.324, de 27 de outubro, que cuidava do serviço subvencionado de transporte por automóveis. Essas foram as primeiras leis do país totalmente voltadas ao trânsito.

O governo de Venceslau Brás, eleito em 1914, coincide com a Primeira Guerra Mundial, período que afetou intensamente a economia do País. Porém, essa situação traz a oportunidade para os produtores nacionais produzirem aqui o que antes era importado. O Brasil conhece seu surto industrial.

Assim, em 1919, com apenas 111 contos de réis, o equivalente a US$ 25 mil, desembarca no Brasil a primeira fábrica de automóveis: a Ford Motors. Instalando-se inicialmente num armazém alugado em São Paulo e contando com apenas 12 funcionários, o primeiro projeto era a montagem do famoso modelo T, carinhosamente apelidado pelos brasileiros de ?Ford Bigode?. Já no ano seguinte eram montados os primeiros caminhões, o que obriga a empresa a procurar uma sede maior. Em 1922, transfere-se para o Bom Retiro , ficando até 1953, quando instala-se no Ipiranga.

Com o declínio das oligarquias, as transformações sociais vão se tornando evidentes. A população passa de 14 milhões, em 1889, a 37 milhões em 1930. Acompanhando esse crescimento, os transportes e comunicações ampliam-se também. A rede ferroviária passa de 8 mil km para 22 mil km e as fábricas aumentam de 900 para 18.800 em 1930.

Em 1925 chega ao Brasil a General Motors, instalando-se primeiramente num armazém arrendado no bairro do Ipiranga, em São Paulo. A fábrica chega com um capital social de 2 mil contos de réis, equivalente a US$ 450 mil e, logo de início, tinha capacidade para montar 25 carros por dia. Com grande sucesso nas vendas, ao término desse mesmo ano a empresa contabilizava 5.597 veículos vendidos, fato que obriga a fábrica a aumentar a produção diária para 40 veículos.

A entrada de Getúlio Vargas no governo impulsiona a industrialização do país, um grande passo para a Nacionalização e Formação de uma Indústria Automobilística no Brasil?. Isso acontece principalmente a partir do documento da Subcomissão de Jipes, Tratores, Caminhões e Automóveis, no qual o presidente estabelece que os veículos só poderiam entrar no Brasil totalmente desmontados e sem componentes que já fossem fabricados por aqui.

Em 1937 Vargas aplica um golpe de estado, implantando uma ditadura que duraria até 1945. Em 25 de setembro de 1941, através do Decreto de Lei n.º 3.671, é criado o Código de Trânsito Brasileiro. Devido a pressões políticas, Getúlio Vargas acaba suicidando-se e em 1956 assume a presidência Juscelino Kubitschek, com o lema 50 anos em 5. Através do Plano de Metas, investe nos setores básicos, como siderurgia, hidrelétricas e estradas de rodagem, e deixa a indústria de bens duráveis, inclusive a de automóveis, para o capital estrangeiro.

Kubitschek delega ao almirante Lucio Martins Meira (nomeado Ministro da Viação e Obras Públicas) a missão de comandar o Grupo Executivo da Indústria Automobilística ? GEIA, que estabelece metas e regras para a definitiva ?instalação? de uma indústria automobilística no Brasil. Através do GEIA eram oferecidos estímulos fiscais e cambiais às empresas interessadas, que tinham o comprometimento de nacionalizar os veículos aqui fabricados. Os caminhões, por exemplo, deveriam ter 90% de seu peso total em componentes nacionais, e os automóveis em 95%. Com esse enfoque, em 1956 inaugura a Volkswagen no Brasil e, três anos depois, começa a ser fabricado o Fusca, então com o nome de Sedan 1.200.

Em 1964, o governo de João Goulart é derrubado por um golpe militar. Nesse período, o Brasil conhece um grande desenvolvimento urbano-industrial e, por outro lado, uma forte e repressiva ditadura. Com o fim do ?milagre? econômico, uma forte recessão instala-se no País, atingindo principalmente a indústria automobilística. Mesmo reduzindo a produção, as indústrias não conseguem vender, acumulando estoques.No governo Figueiredo, houve uma grande redução da dependência de petróleo do exterior, o que serve de incentivo para a busca de combustíveis alternativos, como o álcool, carvão, hidrelétricas, entre outros. É lançado o Programa Pró-álcool, objetivando difundir a utilização desse combustível. Porém, devido à divergência de interesses; o programa acaba fracassando.

Com a derrocada do governo militar, instaura-se no País uma mentalidade de renovação. Com a presidência de Fernando Collor de Mello caem as barreiras alfandegárias e o Brasil é literalmente tomado pelos produtos importados, com destaque para os veículos.

Após o impeachment, assume o vice Itamar Franco. Em 1993, num ato polêmico, Itamar pede ao então presidente da Volkswagen, Pierre-Alain de Smedt, para retomar a produção do Fusca. Para isso oferece um investimento de US$ 30 milhões. Porém, as vendas foram bem abaixo das expectativas.

Em 1994, assume a presidência o ex-ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Seu governo destaca-se pela estabilização do Plano Real e pela intensa política de privatizações. Nesse ano o imposto de importação despenca de 70% para 20%. Ocorre então uma invasão de veículos japoneses, coreanos, alemães, entre outros.

No dia 22 de janeiro de 1998 entra em vigor, 120 dias após sua publicação, o Novo Código de Trânsito Brasileiro. As mudanças trazidas pelo novo código trouxe à tona questões fundamentais, que já não faziam mais parte do cotidiano do País.

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