domingo, 17 de fevereiro de 2008

Previsão do Detran é arrecadar R$ 120 mi

Um montante que varia de 40% a 44% da arrecadação do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) é repassado à Secretaria de Segurança Pública

Presidente estadual do Detran, Teodoro Lopes, conhecido por Dóia, está prestes a completar um ano à frente no órgão. Em 2006, Doía, que chegou para morar no município de Diamantino, aos seis meses de vida, ocupava apenas uma diretoria do órgão, mas não tinha em mente chegar à presidência.

A militância partidária no PSB tornou o presidente não só conhecido no meio político como lhe deu projeção na carreira, alcançando a presidência do Detran, um dos órgãos mais cobiçados na estrutura governamental. Foi no partido que ele conheceu o deputado Mauro Savi, que já militou na sigla, o responsável pelas articulações de cunho político para chegar ao cargo.

Porém, Dóia contou com o respaldo e o apoio incondicional do ex-presidente do Detran, Moisés Sachetti. Apesar do cargo de destaque, o dirigente diz não ter qualquer pretensão em mandato eletivo, nem em 2008, nem em 2010. Nesta entrevista ao Diário, ele relata a sua atuação no órgão, que ele promete deixar como um dos mais avançados em nível de país, além dos investimentos feitos, por meio da arrecadação, na Segurança Pública do Estado.

Diário de Cuiabá - O senhor acredita que o Detran cumpre o seu papel na questão preventiva e como órgão arrecadador?

Teodoro Lopes, Dóia – O Detran cumpre todas as suas funções, conforme determina o código. A gente vem trabalhando e cumprindo todas as nossas funções. Quanto à arrecadação, isso somente vem a ser um serviço que a gente presta e um custo a ser cumprido nesta lei. Então, a arrecadação do Detran, as taxas são cobradas e com os valores compatíveis e os valores dentro dos padrões do Centro-Oeste.

Diário – Qual a arrecadação média mensal do Detran?

Dóia – No mês de janeiro nós arrecadamos R$ 10,2 milhões. No ano passado, nós arrecadamos R$ 110 milhões, no total, incluindo taxas e todas as arrecadações do Detran.

Diário – Estes recursos também são repassados para os municípios?

Dóia – A arrecadação do Detran nós passamos para a Secretaria de Segurança Pública, nós repassamos de 40% a 44% da arrecadação do órgão, que vai para o Corpo de Bombeiros e a para a manutenção dos serviços prestados pela Segurança Pública.

Diário – O restante vai para a folha de pagamento?

Dóia - O resto fica para o Detran para a manutenção dos custeios, convênios que a gente faz com os municípios na questão da sinalização e os custos que a gente tem com a educação no trânsito e toda a manutenção do órgão.


Diário – Este montante de arrecadação é o ideal para as necessidades?

Dóia – Olha, eu acho o seguinte: arrecadação a gente tem que trabalhar com o que tem. Eu sempre tenho procurado aqui no administrativo diminuir o máximo os nossos custos, tenho brigado com isso e tem conseguido diminuir e também tenho fechado todas as possibilidades para a arrecadação do Detran não cair, porque se a arrecadação crescer nós vamos ter todas as possibilidades muito maiores de contribuir com a sociedade. Como, por exemplo, o que a gente repassa para a Segurança Pública. Não é isso que toda a população clama que a Segurança Pública possa estar bem aparelhada e é isso que o Detran faz, faz parte do governo do Estado e a gente tem que está contribuindo de todas as formas.

Diário – Qual a estimativa de arrecadação do Detran para este ano?

Dóia – A minha previsão é de que a gente ultrapasse R$ 120 milhões, um pouco mais de acréscimo do que arrecadamos no ano passado.

Diário – Existe a expectativa a médio ou a longo prazo de se instalar Ciretrans em todos os municípios do Estado?

Dóia – Não, a priori não. Temos Ciretrans em 63 municípios e também temos as agências municipais de trânsito. Porque se instalar uma Ciretan o custo é muito alto. Então. se optou pela possibilidade de criar as agências municipais de trânsito que acabam prestando os mesmos serviços nos municípios que tem demanda é menor.

Diário – O número de servidores do órgão hoje é suficiente? Existe a possibilidade de se fazer um concurso público?

Dóia – Não! O Detran precisa de mais. O quadro é de 750 funcionários e nós estamos aí em torno 400 funcionários. Então, precisa, a gente estuda e está tentando discutir com a Secretaria de Administração de no futuro fazer um concurso público.

Diário – Quantos servidores são comissionados?

Dóia – São em torno de 180 funcionários comissionados.

Diário – Maioria critério técnico ou político?

Dóia – Cargos comissionados são alguns que são de carreira daqui e quando da nomeação exigimos que a pessoa tenha no mínimo alguma afinidade com aquela área em que está trabalhando.

Diário – Na questão partidária, como anda sua relação com o PSB?

Dóia – É boa desde que entrei lá e até hoje acho que ela continua boa, e como em todo partido, ou numa família, tem momentos em que há divergência, mas acaba sempre se acertando e sempre caminhando numa proposta de crescimento partidário.

Diário – Quanto tempo de militância no PSB?

Dóia – De cinco a seis anos. O partido em que passei a militar mesmo foi dentro do PSB, porque antes não tinha nenhuma militância partidária.

Diário – E a sua relação com o deputado Valtenir Pereira, presidente regional do partido?

Dóia – Tenho procurado ser o melhor possível dentro das questões que a gente tem. Tem divergências, tem, mas a gente tem que respeitar o posicionamento de cada um e eu procuro respeitar cada um dentro das suas individualidades, e estamos caminhando.

Diário – O senhor tem alguma mágoa dele (Valtenir) ter entregado o seu cargo ao governador, numa indicação que nem passou pelo partido?

Dóia – Num primeiro momento a gente acaba criando uma situação, mas isso para mim é algo que já passou. Eu estou aqui no Detran para fazer um trabalho para o governo do Estado, tenho um compromisso muito forte com o governador Blairo Maggi: ser técnico e fazer com que isso aqui funcione. De resto, são momentos que passam, os cargos são passageiros e acho que o que vale são as boas amizades que a gente faz. E hoje cito o governador pelo respaldo que ele me deu e com isso vou sempre ser eternamente grato a ele. E para o deputado Valtenir fiz o que foi possível e a relação continua, e a gente vai caminhando e o partido também. E para frente, a gente vê como fica.

Diário – O senhor continua no PSB?

Dóia - Eu estou no PSB.

Diário - O senhor faz algum trabalho para o deputado Mauro Savi?

Dóia – O deputado Mauro Savi é um amigo que conquistei na política. É uma cara formidável, tenho um carinho muito grande por ele, respeito e, dentro dos projetos que ele tem para frente, eu não me furtarei em ajudar em momento de algum, independente de qual a posição. É um cara muito companheiro, aprendi a respeitá-lo, me ajudou nos momentos em que precisei. Ajudou o partido, jamais deixarei de ser grato a ele.

Diário – Existe algum trabalho para melhorar a imagem do Detran diante da população. Muitos ainda vêem o órgão apenas como arrecadador e não sabem a finalidade da destinação dos recursos?

Dóia – Falta a população realmente saber o que o Detran faz. Se você olhou, neste ano foi muito falado que teve a redução do número de acidente no período do Carnaval. Estávamos há 45 dias antes do Carnaval fazendo um trabalho de conscientização das pessoas, procurando melhorar a fiscalização do trânsito. Junto com a Polícia Militar, o Detran está fazendo a parte dele. O que falta é muitas vezes as pessoas saberem que foi o Detran tem feito. Você vê a sinalização em várias cidades, o Detran é que tem feito. Essa é função e nossa e a gente tá fazendo. A educação no trânsito aplica e gasta muito, mas os recursos são bem aplicados.

Diário – O senhor acredita que estes recursos chegam ao objetivo final?

Dóia – Chega, com certeza. Se você for olhar a prestação de contas do Detran e a aplicabildade dos recursos dos fins para os quais o Detran arrecada, então a gente cumpre e é muito bem aplicado.

Diário – O Detran de Mato Grosso está num bom nível se comparado com os mesmos órgãos de outros estados?

Dóia – O Detran de Mato Grosso é muito bem-visto em relação aos outros Detrans. A cada três meses nós temos o encontro nacional dos presidentes dos Detrans e lá a gente discute as políticas que são feitas junto com o Denatran, e a gente é bem conceituado. O Detran de Mato Grosso é muito mais informatizado dos que outros. Nós estamos investindo fortemente neste ano, e isso é uma determinação no governo, de trocar a platarforma e colocar 20 anos na frente. E só tem dois estados que têm este sistema, que é o Rio Grande do Norte e Santa Catarina, que estão implantando. O terceiro é Mato Grosso, então a gente tá bem à frente de muitos estados.



Fonte: Jornal Diário de Cuiabá

http://www.diariodecuiaba.com.br/



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