quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tarifa subirá de R$ 2,05 para R$ 2,30 na Capital

Reajuste já foi decidido por Wilson, que espera queda de liminar judicial

O prefeito de Cuiabá Wilson Santos já decidiu que o valor da tarifa do transporte coletivo urbano de Cuiabá subirá dos atuais R$ 2,05 para R$ 2,30, um reajuste de 12,1%. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU), Edivá Alves. O decreto estabelecendo o reajuste será publicado tão logo seja resolvida a celeuma judicial envolvendo a tarifa.

Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ) decidiu proibir a administração municipal de reajustar o valor. A liminar atendeu pedido do Ministério Público Estadual (MPE) e suspendeu a decisão anterior da Justiça, que dava o aval à gestão municipal. “Estamos realmente diante de um impasse. O prefeito já decidiu e está disposto a conceder o valor de R$ 2,30, só que não pode. Ele só está aguardando a liberação da Justiça”. Alves informou que foi comunicado pelo prefeito Wilson Santos (PSDB) sobre a decisão anteontem.

O valor é abaixo do sugerido pelo Conselho Municipal de Transportes (CMT), que aprovou um aumento para até R$ 2,42. Porém, deve continuar a inflamar os ânimos da população, que já reclama da qualidade do transporte oferecida em troca de R$ 2,05. A recomposição do valor atende à solicitação da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), feita em dezembro do ano passado. Entre outras justificativas, a MTU argumenta que desde maio de 2007, quando foi estipulado o valor de R$ 2,05, não houve mais reajustes.

Enquanto isso, os motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande podem paralisar as atividades a partir da meia-noite desta sexta-feira (22). Caso aconteça, a greve irá prejudicar mais de 250 mil usuários, diariamente.

Com data-base em maio, os 2,8 mil trabalhadores reivindicam reajuste de 13%, redução da jornada de trabalho de sete para seis horas, além de melhorias nas condições de trabalho. Hoje, motoristas recebem um salário mensal de R$ 1,2 mil e os cobradores ganham R$ 750 cada.

Ontem, de acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Cuiabá e Região (Stett/CR), Olmir Fêo, o Sindicato Patronal (STU) continuava a sustentar a oferta de apenas 2% de reajuste. O percentual foi rejeitado pela categoria em assembléia geral no último dia 16, decidindo pela adesão à paralisação.

“Não tivemos avanço nas negociações e não fomos procurados (pelos empresários para uma nova proposta). A partir de sexta-feira, a qualquer momento, pode ser iniciada a greve”, alerta Fêo, cobrando, por parte do Ministério Público, uma investigação no sistema do transporte coletivo. “Não é possível que empresas estejam fechando as portas. Será que a gratuidade está afetando? O sistema é inviável? Tem que verificar o que está acontecendo, para sabermos a real situação”.

Já o STU alega dificuldades financeiras e que, por isso, está impossibilitado de avançar nas negociações com os trabalhadores. No discurso, os empresários condicionam um reajuste maior à alta da tarifa na Capital.


Jornal Diário de Cuiabá

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