A prática de cartel está de volta nos postos de combustíveis de Cuiabá. A afirmação é do promotor Célio Wilson, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso (MPE), responsável pelas investigações da Operação Madona, deflagrada em abril deste ano para combater a prática criminosa. Na avaliação dele, a súbita alta no preço dos combustíveis da Capital mato-grossense verificada ontem em alguns postos da cidade é sinal de uma retomada no processo de cartelização.
De acordo com o promotor, providências estão sendo tomadas e novas provas estão sendo juntadas às investigações, podendo haver novidades nos próximos dias. Mas ele não adianta nenhuma ação do MPE sobre o caso. Já o promotor da Cidadania e do Consumidor do MPE, Ezequiel Borges, afirma que a restauração da cartelização no setor é evidente e que era uma "ilusão" pensar que a operação resultaria em uma queda nos preços e manutenção deles por muito tempo. Ele destaca que a situação é agravada pelo fato de oito postos que ainda estão sob efeito de liminar que limita a margem de lucro do álcool em 20% estejam descumprindo a determinação e vendendo o produto com uma margem bem superior à permitida.
"Estes postos "pensam" que a Justiça não está acompanhando o comportamento deles. Estamos observando e há casos de postos que estão sob o efeito da liminar e que em julho estavam com uma margem de 15% e agora está em 41%. Houve até flagrantes dias atrás de estabelecimentos vendendo com percentual de até 50%", diz ao adiantar que um levantamento feito recentemente vai resultar, em breve, em novos processos judiciais que serão ajuizados por ele.
Borges deixa claro que não participa das investigações da Operação Madona, mas explica que, não é porque alguns postos conseguiram derrubar a liminar que estes oito não têm de cumprir a decisão judicial. "O objetivo da liminar foi de fazer com que o preço fosse mais razoável e nos mesmos patamares praticados no país. Cuiabá é a Capital que tem os combustíveis mais caros. Não é possível que operações e liminares sejam insuficientes para manter os preços baixos".
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Derivados do Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo-MT), Fernando Chaparro, afirmou via assessoria de imprensa, que a entidade não tem envolvimento com a suposta prática de cartel. Ele disse que o sindicato está de portas abertas para que a Justiça solicite os documentos que julgar necessário.
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