domingo, 27 de abril de 2008

A cada dois dias, um assalto a táxi


Por mês, são pelo menos 15 furtos ou roubos aos trabalhadores do transporte; porém, maioria não procura polícia por conta da morosidade dos trabalhos

Os taxistas são alvos dos ladrões dia sim dia não na Capital. Por mês, ocorrem entre 15 e 16 assaltos somente em Cuiabá, segundo o sindicato da categoria. Em Várzea Grande, esse número cai pela metade, com oito profissionais rendidos pelos bandidos. A violência é tanta que, em dois meses, dois taxistas foram assassinados. Apesar de ser um número preocupante, a polícia não tem conhecimento dos roubos. Isso porque os taxistas simplesmente não registram queixa. Como a polícia não precisa de queixa para agir em crimes contra a vida, um homicídio e um latrocínio já foram esclarecidos.

A queixa dos taxistas é única – eles reclamam que gastam muito tempo nas delegacias. Em alguns casos, chegam para fazer o registro de madrugada, mas são obrigados a retornar no dia seguinte. “Perde-se muito, mas muito tempo mesmo para o registro”, assinalou o presidente do Sindicato dos Taxistas de Cuiabá (Sintax), Antônio Bodnar.

A polícia pensa diferente. Sem o registro não há como investigar e prender o ladrão e, muito menos, recuperar os produtos roubados. O delegado Douglas Turíbio, da Delegacia do Verdão, que atende a região central da Capital, admitiu que a demora existe, mas não é privilégio exclusivo de uma delegacia de polícia.

“Existe um hábito das pessoas reclamarem da polícia. Os taxistas têm que ter paciência. É preciso registrar a ocorrência, pois temos uma vítima. A partir de uma vítima, temos uma investigação em andamento. Caso contrário, não tem como prender os assaltantes e diminuir o índice de crimes (contra os taxistas)”, frisou.

O delegado adiantou que existem centenas de fotografias nas fichas criminais da Delegacia do Verdão e das demais na Capital. “São centenas de fotos”.

Douglas lembrou que assaltantes de taxistas são presos, mas ocorre no caso de prisão em flagrante, o que tem se tornado raro. Nem sempre foi assim. Há três anos, época em que existia a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (Derrf), os policiais prenderam uma quadrilha que assaltavam ônibus e táxis. A partir daí, as queixas diminuíram. Na Delegacia do Verdão não existe queixa registrada – nem antiga – de assalto a taxista.

Segundo Bodnar, o sindicato tem conhecimento de um roubo a cada dois dias, deixando os profissionais do volante apreensivos. Os bandidos levam pouco dinheiro – uma média de R$ 40 -, pois os taxistas foram orientados a trabalhar com pouco dinheiro. Em muitos casos, os ladrões ficaram “revoltados” com pouco dinheiro e acabam espancando o taxista.

Como sugestão para diminuir os assaltos, o presidente do Sintax de Várzea Grande, Marcos Antônio Souza, solicitou à Polícia Militar que faça abordagens nos táxis em circulação na cidade. Segundo ele, os PMs devem abordar os veículos com passageiros.

“O taxista não pode reclamar não. Se tiver um ‘maludo’, então que me chame. A polícia tem que revistar todo táxi em lugar suspeito à noite. Só assim será possível acabar com os ladrões”, disse o sindicalista durante uma reunião com o secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, em Várzea Grande, na semana passada

2 comentários:

Anônimo disse...

Hoje em dia nós taxistas sofremos pra trabalhar. Sabemos que vamos para a praça mas não sabemos se voltamos para casa...

Anônimo disse...

Cadê o senhor secretario de segurança?