Com um terreno de 320 hectares, localizado na rodovia Palmiro Paes de Barros, a dois quilômetros da rotatória do bairro Parque Cuiabá, a prefeitura municipal pretende construir o maior conjunto habitacional da Capital, o Vila Real Senhor Bom Jesus de Cuyaba. O projeto vai conter 20 mil residências e atenderá, aproximadamente, 80 mil pessoas. “Será uma cidade dentro de outra cidade”, definiu o presidente da Agência Municipal de Habitação Popular (AMHP), João Vieira.
O projeto faz parte do ZIES (Zona de Interesse Social), que consiste no diagnóstico e na avaliação de locais que possam ser considerados regiões potenciais para investimento social e econômico. “Aquela região será o novo pólo industrial de Cuiabá”, afirmou o presidente da AMHP. Ele ainda reforçou, “surgirão novos mercados de trabalho, o que representará um crescimento econômico significativo para nossa cidade”, referindo-se às novas indústrias que, “com certeza”, serão implantadas nas proximidades. Com a estimativa de atender pelo menos 80 mil pessoas de baixa renda, segundo a Agência, o número de habitantes corresponderia a sexta maior cidade de Mato Grosso.
Conforme Vieira, as casas que estarão dispostas à população seguem os modelos das quais já estão sendo construídas pela parceria entre os governos municipal e estadual e a Caixa Econômica Federal (CEF), por meio do Programa de Arrendamento Residencial (PAR).
De acordo com o presidente, os valores das parcelas para a aquisição das residências ficarão entre R$ 140 e R$ 250. “São valores que caberão no bolso do trabalhador cuiabano”, afirmou, destacando que as 5.250 famílias que moram na faixa de risco - às margens dos 21 córregos que cortam a cidade - são o público alvo desta iniciativa. “Aqueles que comprovarem uma renda familiar bastante inferior à realidade atual receberão a casa gratuitamente da prefeitura”.
Segundo Vieira, a obra contará também com recursos federais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Nesse projeto, explicou ele, a parceria também será tripartite. “A prefeitura participará por meio da AMHP, o Estado, pelo Fundo Estadual de Transporte e Habitação e a união, por meio do Ministério das Cidades e Integração”.
Assim, conforme João, o projeto pretende sanar dois problemas existentes em Cuiabá – social e ambiental. “Nossos argumentos para captar recursos e dispertar o interesse de empresários investidores são primeiro, a obra vai melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda, com aquisição da casa própria; em segundo, com a saída das famílias das áreas de risco da cidade, a quantidade de lixo jogado nos córregos e que, posteriormente, chega ao Pantanal, reduzirá expressivamente”, apontou. O lançamento da obra será no dia 23 deste mês, às 8h30. De acordo com a AMHP, em 6 meses, deve-se iniciar a habitação do local.
Do Diário de Cuiabá (edição 12087)
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